Brazilian President Jair Bolsonaro (L) and his Education Minister Milton Ribeiro gesture during a ceremony in which the salaries of teachers of elementary education were increased, at the Planalto Palace in Brasilia, on February 4, 2022. EVARISTO SA / AFPAFP

Brasília - A rejeição a Jair Bolsonaro cresceu nas redes sociais desde o início dos ataques da Rússia contra a Ucrânia, após horas de silêncio do chefe do Executivo sobre o conflito que teve início nesta madrugada. No Twitter, até o início da tarde, 77% das interações de usuários sobre o presidente foram negativas nesta quinta-feira (24), segundo pesquisa Modal/AP Exata. O número é 13 pontos maior do que o registrado ontem, quando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda não havia iniciado os bombardeios.
A reprovação a Bolsonaro veio acompanhada de uma queda na confiança no governo. Apenas 9,9% dos internautas publicaram mensagens favoráveis à gestão do presidente, ante 15% que se manifestavam dessa forma na última quarta-feira, 23.
De um dia para o outro, menções ao governo também revelaram um maior sentimento de medo (de 19% para 25%) e raiva (de 15% para 18,5%).
Segundo a pesquisa, a maior parte dos usuários que criticam Bolsonaro rejeitam a posição solidária que o presidente manifestou em relação à Rússia após sua última visita ao país e vinculam tal posturam a uma suposta simpatia por Moscou.
O levantamento também mostra que internautas temem declarações desastrosas do presente. "Muitos perfis referem que há uma aliança de 'ditaduras comunistas' contra as democracias liberais e lamentam que o PR não condene o ataque à Ucrânia", mostra o levantamento.
O estudo da Modal/AP Exata indica ainda que, resultado disso, a hashtag "Deus Bolsonaro" ficou entre as mais comentadas no Twitter, com muitas publicações pedindo que o presidente não se manifestasse. "Pelo amor de Deus, Bolsonaro", escreveram diversos internautas.
Bolsonaro também foi alvo de críticas por ignorar o conflito na Ucrânia e participar de uma nova motociata em São José Rio Preto na manhã desta quinta-feira, 24. Na ocasião, disse apenas que "comunismo é um fracasso, socialismo é uma desgraça." Até então, apenas o vice-presidente Hamilton Mourão tinha se manifestado sobre o caso, ao dizer que o Brasil "não está neutro".
Mais tarde, pouco depois das 15 horas, o presidente quebrou o silêncio e se pronunciou sobre o ataque russo à Ucrânia em sua rede social. Ainda sem condenar explicitamente a ação russa, disse estar "totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia".
"Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente.", escreveu.