Senador Randolfe RodriguesPedro França/Agência Senado
Após a demissão do ministro, senadores pressionam pela abertura de uma investigação que apure a atuação de pastores na pasta e a destinação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Milton Ribeiro é investigado na Polícia Federal por denúncias de envolvimento com um esquema de corrupção operado por pastores no ministério.
O requerimento do senador aponta pelo menos cinco suspeitas de crime envolvendo Milton Ribeiro e o presidente Bolsonaro.
O chefe do Executivo é classificado como, "no mínimo, autor intelectual ou mandante dos atos criminosos" pelo líder da oposição. "Não se pode admitir que um dos ministérios mais relevantes para o futuro do País e de maior peso orçamentário seja transformado em um verdadeiro balcão de negócios", diz o requerimento.
As suspeitas giram em torno de crime de peculato, emprego irregular de verbas públicas, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.
Os pastores envolvidos, Gilmar Santos e Arilton Moura, também são acusados por possíveis crimes de tráfico de influência e corrupção ativa.
A abertura de uma CPI depende da assinatura de 27 senadores e de decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que nos últimos dias criticou os critérios do MEC e as declarações de Milton Ribeiro, mas ressaltou ser necessário dar um "crédito" para ele se explicar.
O ex-ministro foi chamado para uma audiência na Comissão de Educação do Senado na próxima quinta-feira, 31.
"A distribuição de recursos públicos afetos à referida pasta ministerial não pode ser feita às escuras, sem a observância dos princípios constitucionais da impessoalidade e da eficiência, buscando beneficiar os amigos do rei. As verbas destinadas à educação não podem ficar na mão de agentes estranhos ao Estado, servindo de moeda de troca para angariar apoio político e ganhos indevidos", diz o pedido.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.