Presidente Jair BolsonaroDaniel Castelo Branco

Brasília - O Partido Democrático Trabalhista (PDT) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de uma representação, para que o governo federal esclareça informações sobre o encontro entre Jair Bolsonaro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Os líderes religiosos estão envolvidos em um escândalo envolvendo repasses irregulares de verbas do Ministério da Educação. 
Questionado pela imprensa, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) alegou que a divulgação do conteúdo discutido na reunião poderia colocar em risco a vida do presidente Bolsonaro e familiares.
No pedido à PGR, o PDT alega que Bolsonaro tem a intenção de proteger os envolvidos no esquema de corrupção ao não divulgar o conteúdo da conversa com os pastores e ressaltou que este seria um assunto de interesse público e não se enquadra nas regras de sigilo. 
"Com efeito, vislumbra-se que o Presidente da República, muito provavelmente, age com o escopo de embaraçar as investigações ou conferir especial proteção aos investigados, especialmente para que o produto das investigações não aporte nos recônditos impuros de onde exerce o poder e comanda toda sorte de práticas pouco republicanas. Sublinhe-se que, em um regime democrático, a publicidade é a regra, no que o sigilo é a exceção", informa um trecho do pedido do partido encaminhado à PGR.
O escândalo foi divulgado quando um áudio do então ministro da Educação Milton Ribeiro veio a público. Na gravação, Ribeiro dizia que fazia um repasse de dinheiro público para municípios indicados pelos pastores com o aval do presidente Jair Bolsonaro.