A Polícia Rodoviária Federal (PRF), publicou um vídeo de esclarecimento, após três dias que Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu asfixiado em uma das viatura da instituição. No vídeo, o coordenador geral de comunicação institucional da PRF afirma que a conduta da equipe foi um ato isolado e que a corporação se compromete em aperfeiçoar os padrões de abordagem.
Segundo o comunicado, feito em um vídeo, o coordenador e policial Marco Territo disse que a corporação teria assistido com indignação às imagens em que Genivaldo é asfixiado por gás, enquanto é detido preso numa das viaturas da PRF. O caso aconteceu na última quarta-feira, 25, na cidade de Umbaúba, que fica a 101 km de Aracaju.
"Não compactuamos com as medidas adotadas durante a abordagem ao senhor Genivaldo, e os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas em cursos e manuais da nossa instituição", afirmou o coordenador.
Territo também ressaltou que a PRF abriu processo disciplinar contra os policiais envolvidos no caso e os afastou das atividades. "A conduta isolada não reflete o comportamento dos mais de 12 mil policiais rodoviários federais, homens e mulheres de honra, que anualmente abordam mais de 10 milhões de pessoas que circulam pelas rodovias federais", afirmou.
O coordenador de comunicação da PRF ainda informou que o caso gerou uma avaliação interna dos padrões de abordagem. "Afirmo que já estamos estudando nossos procedimentos de formação de aperfeiçoamento e operacionais, para ajustar o que for necessário", afirmou.
Além de mencionar o caso da morte de Genivaldo, o agente ainda citou a morte de dois policiais rodoviários federais em Fortaleza no dia 18 de maio.
A Defensoria Pública da União também qualifica a morte de Genivaldo como "um ato de tortura com uso de 'câmara de gás"', apontando que o episódio ocorrido nesta quarta-feira, 25, em Umbaúba, "revela a indiferença à vida humana de grupos vulnerabilizados e invisíveis para o Estado brasileiro".
As Defensorias Nacional e Regionais de Direitos Humanos e o Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU repudiaram "com veemência" não só a conduta dos agentes da PRF, que culminou na morte de Genivaldo, mas também a "violenta ação policial" na Vila Cruzeiro, no Rio onde 23 pessoas foram mortas durante operação conjunta das Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar nesta semana.
A Defensoria Pública da União diz que vai acompanhar de perto as investigações e adotar providências necessárias à reparação das vítimas e à transformação da realidade racial do país.
Em imagens que circulam pela internet, mostram a vítima presa dentro de uma viatura esfumaçada. O homem se debate com as pernas para fora enquanto um policial rodoviário mantém a tampa do porta-malas abaixada, impedindo o homem de sair. Genilvado teria sido parado pelos agentes por trafegar de moto sem capacete.
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