Presidente Jair BolsonaroMarcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro lamentou, nesta quinta-feira, 21, a morte do policial militar Bruno de Paula Costa durante uma operação conjunta entre a PM e a Polícia Civil no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Bolsonaro não citou as outras 17 vítimas da operação, sendo, segundo dados oficiais, 16 suspeitos e uma mulher que passava de carro pelo local do confronto e foi atingida no peito.
 
"Fato lamentável lá do Rio de Janeiro, o cabo Bruno de Paula Costa faleceu vitimado aí por confronto com bandidos. Ele, que estava na UPP Nova Brasilia, foi socorrido e não resistiu. Tinha 38 anos deixa viúva e dois filhos portadores do espectro autista. A fotografia dele, até quando vi aqui me emocionei, porque [era] meu colega paraquedista. Deve ter feito curso enquanto serviu em alguma unidade da brigada paraquedista. Nossos sentimentos à família. Lamentamos o ocorrido", disse o presidente em uma transmissão ao vivo.
Operação foi a quarta mais letal da história do Rio

Com a confirmação das 18 mortes, a operação no Complexo do Alemão se tornou a quarta mais letal da história do Rio de Janeiro, ficando atrás das ações que ocorreram no Jacarezinho, na Zona Norte, em maio de 2021, onde 28 pessoas morreram, na Vila Cruzeiro, em maio de 2022, quando 25 foram mortas, e uma outra ocorrida em junho de 2007, também no Alemão, que teve registro de 19 mortos.

Em pouco mais de um ano, o Rio teve três das quatro operações mais letais da história. As ações juntas tiveram 71 mortos.

Dados coletados pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Geni/UFF) apontaram que a Polícia Civil é mais letal que a Militar e que há um aumento significativo de mortes durante as operações policiais. De acordo com eles, "no período de 2007 a 2021, foram realizadas 17.929 operações policiais em favelas na Região Metropolitana do Rio, das quais 593 terminaram em chacinas, com um total de 2.374 mortos. Isso representa 41% do total de óbitos em operações policiais no período."