Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)Marcelo Camargo/Agência Brasil

O coordenador do governo de transição em São Paulo, Guilherme Afif Domingos, anunciou nesta terça-feira, 22, 106 nomes que vão compor a equipe responsável por representar o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) e preparar o terreno da nova gestão paulista. Entre os integrantes, Tarcísio abrigou bolsonaristas em eixos como o de Desenvolvimento Social, Mulheres e Direitos da pessoa com deficiência. Na Infraestrutura, Habitação e Meio Ambiente, escolheu nomes de sua confiança que passaram pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Segundo Afif, a lista contém integrantes com potencial para assumir o secretariado a partir de janeiro, mas os novos representantes das pastas ainda não estão definidos e alguns devem começar a ser anunciados ainda esta semana. Coordenam o grupo o ex-diretor da EPL Arthur de Lima, a assessora de imprensa Lais Vita, a engenheira Priscilla Perdicaris e o economista Nelson Costa.
Entre os integrantes Tarcísio premiou bolsonaristas como o deputado estadual Frederico d'Avila, que xingou o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida de "vagabundos", "safados" em 2021; a deputada estadual Valeria Bolsonaro; a deputada federal Rosana Valle (PL); o presidente da Ceagesp Coronel Mello de Araújo, o deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), o empresário Filipe Sabará e a vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos).
Afif informou que o número de secretarias deve se manter similar ao da estrutura atual - que contempla 28 pastas, sendo 4 especiais e a Procuradoria Geral do Estado. No entanto, Tarcísio planeja readequar algumas secretarias, seja desmembrando ou unificando cargos.
"O que vai ter é remanejamento de áreas ou até mudanças de nome. Quem define a estrutura é a missão. Por missões desse governo você tem que ter uma estrutura para fazer cumprir aquela missão. Você tem que remanejar e até ter secretarias, como foi prometido a secretaria da Mulher, mas será outra, transformada", disse.
O grupo está dividido em nove eixos que, segundo Afif, vão corresponder às atuais secretarias de governo. O governo de transição não vai trabalhar com nomeação antecipada, o que significa que não haverá nomeação no Diário Oficial do Estado e os integrantes não serão remunerados pelo governo, disse Afif.
Segundo o coordenador, partidos que compuseram a coligação de Tarcísio, como o PL de Jair Bolsonaro, poderão participar na indicação de nomes para o secretariado, desde que sigam "critério técnico estabelecido pelo governador eleito". Questionado sobre a manutenção de quadros tucanos na administração pública, Afif completou que "não há preconceito nenhum" de manter membros do governo. "Tem muita gente muito boa que merece ser aproveitada". Nomes que compuseram equipes de governo em gestões tucanas, como dos ex-governadores Geraldo Alckmin (hoje no PSB) e João Doria também estão na lista.
O atual secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, foi o único nome anunciado e que vai compor a secretaria de Educação. Na transição, essa pasta está unificada com cultura e esportes. Afif informou que outros secretários serão anunciados ainda nesta semana.
De acordo com o coordenador, o ex-assessor especial do Ministério da Fazenda na gestão Paulo Guedes e coordenador econômico do programa de governo de Tarcísio, Samuel Kinoshita, foi destacado no eixo de desenvolvimento e finanças para dialogar com a área de orçamento do Estado. Como antecipou o Broadcast Político, Kinoshita é o favorito para ser o secretário da Fazenda.
Entre outros "secretariáveis" do futuro governador estão o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o deputado federal e candidato derrotado pelo Novo ao governo paulista, Vinícius Poit. Kassab não compõe a equipe de transição, enquanto Poit foi direcionado para o eixo de "gestão, desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia e finanças".