Anielle Franco foi anunciada como ministra da Igualdade Racial no governo LulaDivulgação/Redes sociais
Posse de Anielle Franco em Brasília é cancelada por falta de segurança após atos antidemocráticos
Ministra da Igualdade Racial, a irmã de Marielle Franco, ainda não definiu uma nova data para a posse
Rio - A posse da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi cancelada por motivos de segurança, devido aos ataques antidemocráticos em Brasília, no Distrito Federal, neste domingo (8). A cerimônia estava marcada para acontecer nesta segunda-feira (9), no Palácio do Planalto, mas foi adiado e até o momento não tem data para acontecer. A posse de Sônia Guajajara, que será ministra dos Povos Originários, também foi cancelada.
"São inadmissíveis práticas de terrorismo que estamos presenciando em Brasília. As forças de segurança precisam ser utilizadas para defender o Estado Democrático de Direitos. A violência e o incentivo a atos golpistas seguem como a marca dos apoiadores do ex-presidente do Brasil. Todos aqueles que estão vandalizando e invadindo o Congresso, o STF e o Planalto, assim como seus financiadores, precisam ser responsabilizados com celeridade", escreveu Anielle em suas redes sociais.
Anielle é irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018, e foi nomeada como ministra no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entenda o que acontece em Brasília
Um grupo de manifestantes bolsonaristas radicais furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF ) neste domingo, 8, invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e depredaram o interior dos prédios. Os atos antidemocráticos são organizados por eleitores movidos por intenções golpitas que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022. O presidente decretou intervenção federal no Distrito Federal com o objetivo de "pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública". O secretário executivo para o cargo de interventor é o Ricardo Garcia Cappelli.
Policiais militares tentaram conter os vândalos com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram as áreas de contenção que cercava os prédios públicos. Faixas com as inscrições "Lula na cadeia", "intervenção militar", "supremo é o povo" e "Bolsonaro presidente" estão sendo erguidas no meio da manifestação.
Os bolsonaristas atacaram primeiro o prédio do Congresso, enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram o vidro entrando pelo Salão Nobre e subiram para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente Lula. O térreo do local foi totalmente destruído.
Após a tomada do Congresso, um grupo menor de extremistas também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal. Os bolsonaristas radicais chegaram até o quarto andar e depredaram a sede do Poder Executivo. Quebraram obras de arte, portas e uma mesa de vidro.
Os vândalos ainda foram em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), principal alvo dos bolsonaristas nos últimos anos, e também conseguiram invadir o prédio. As vidraças do prédio do STF também foram quebradas e uma parte dos bolsonaristas chegou até o plenário da corte, que também foi totalmente depredado.
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