Profissionais da imprensa são vítimas de agressões e roubos em BrasíliaEVARISTO SA/AFP

Rio - Profissionais da imprensa foram agredidos e tiveram seus instrumentos de trabalho roubados durante os ataques cometidos por terroristas, que invadiram o Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, neste domingo. O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal informou que ao menos 12 profissionais, entre eles repórteres e fotógrafos, foram vítimas de atos criminosos. Alguns deles disseram que não tiveram apoio da Polícia Militar do Estado. 
Entre os casos informados pelo Sindicato, em nota, está o de um repórter do jornal "O Tempo". O jornalista foi agredido por criminosos que chegaram a apontar duas armas de fogo para ele, dentro do Congresso Nacional. O profissional disse que procurou ajuda, mas os policiais militares se recusaram. Um técnico da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi quem o socorreu. 
Outro é de uma jornalista e analista política do portal "Brasil 247" que foi ameaçada, perseguida e agredida pelos terroristas. Ela teve de apagar os registros feitos no celular. Ao pedir auxílio da Polícia Militar, teve como resposta um fuzil apontado em sua direção. Ela afirmou que só saiu sem ser linchada porque teve ajuda de uma pessoa que participava do ato. Já uma repórter da "Rádio Jovem Pan" foi xingada e seguida enquanto deixava a região da Esplanada dos Ministérios. Um homem tentou abrir a porta do carro da jornalista e apontou uma arma para ela. 
Uma fotógrafa do "Metrópoles" também sofreu violência durante a manifestação. Ao site, ela afirmou que foi agredida por cerca de dez homens após dizer que trabalhava na imprensa. "Se juntaram ao meu redor gritando e xingando. Tentei sair de lá, mas me deram socos na barriga e pegaram meus equipamentos enquanto me chutavam”, explicou a profissional, que teve sua identidade preservada, e sofreu apenas escoriações leves nos braços e nas pernas. A fotógrafa ainda disse que teve o celular e o cartão de memória da câmera roubados. O caso foi registrado no Departamento de Polícia.
Ainda segundo o Sindicato, uma correspondente do jornal "The Washington Post" foi agredida com chutes e derrubada no chão. Ela teve o material de trabalho roubado. Um repórter do jornal "O Globo" testemunhou a agressão e recorreu à equipe do Ministério da Defesa, que ajudou a jornalista. A repórter da "Agência Anadolu", da Turquia, levou tapas no rosto. Um jornalista da "Agência France Press" também teve o equipamento roubado e foi agredido. 
O fotógrafo do portal Poder360° também foi vítima de agressão. O fotógrafo da "Folha" teve seu instrumento de trabalho roubado, assim como o profissional da "Agência Reuters". Já um jornalista da "Agência Brasil" teve o crachá puxado pelas costas, enquanto registrava a destruição. Ele ficou com escoriações no pescoço.