Anderson Torres vai prestar depoimento Marcelo Camargo / Agência Brasil
Torres prestou o primeiro depoimento na manhã do dia 18, no entanto, ele preferiu usar o direito de ficar em silêncio.
O ex-secretário está detido no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará. Ele é investigado por suposta omissão na contenção dos atos golpistas cometidos por bolsonaristas radicais nos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8. No dia do ataque, o ex-ministro liderava a segurança pública do DF e estava de férias nos Estados Unidos.
A ordem de prisão contra o ex-secretário foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após a decisão, Torres embarcou na noite do dia 13 de volta para o Brasil e foi detido ainda no Aeroporto de Brasília.
Além do ex-secretário, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o ex-secretário de Segurança Pública em exercício, Fernando de Sousa Oliveira; e o ex-comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), Fábio Augusto Vieira também são alvos das investigações de atos antidemocráticos do STF.
Minuta golpista
A corporação encontrou uma minuta de decreto para o ex-presidente Jair Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A medida serviria para mudar o resultado das eleições de 2022.
Anderson Torres justificou dizendo que a minuta estava em uma "pilha para descarte" e que o documento foi "vazado fora de contexto".
"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP", escreveu nas redes sociais.
"O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro", completou.
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