Brasília - O partido de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) move ação contra o senador eleito Sérgio Moro (União Brasil) por suspeita de ter feito 'caixa dois', ou seja, desvio de dinheiro dos recursos de sua campanha eleitoral ao senado. O Partido Liberal pede a cassação do mandato do ex-juiz, eleito ao Senado Federal com 1.953.159 votos pelo estado do Paraná (PR).
No processo no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o PL alega que o ex-juiz 'cometeu abuso de poder econômico e caixa dois' na campanha eleitoral do ano passado.
PL acusa o ex-juiz de 'tentar driblar a legislação eleitoral'. O partido afirma que Moro teria excedido o gasto limite de campanha em duas manobras: na migração do partido Podemos para o União Brasil e também quando desistiu de concorrer ao Palácio do Planalto.
O partido afirma na ação que Sergio Moro teria gastado R$ 6,7 milhões entre a pré-campanha à Presidência e a campanha ao Senado, mas limite permitido por lei seria de R$ 4, 4 milhões.
"O que se inicia como uma imputação de arrecadação de doações eleitorais estimáveis não contabilizadas, passa pelo abuso de poder econômico e termina com a demonstração da existência de fortes indícios de corrupção eleitoral", diz trecho da ação. O candidato do PL no estado de São Paulo é Paulo Martins, segundo colocado na disputa ao Senado com 1,7 milhões de votos (200 mil a menos que Moro).
Com uma eventual cassação de Moro, os votos do pleito seriam recontados o que, teoricamente, elegeria Paulo Martins (PL) ao Senado, na vaga ocupada por Moro. "O conjunto das ações foi orquestrado de forma a, dentre outras irregularidades, usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente", diz trecho da ação.
O ex-juiz nega as acusações e classifica como "desespero dos perdedores".
Nota de esclarecimentos de Sergio Moro
"Eu e meus suplentes ainda aguardamos ser notificados pela Justiça Eleitoral. Daquilo que vi pela imprensa, porém, percebo tratar-se de uma ação feita em parceria pelo PL/PR e Podemos, ou seja, entre o segundo e terceiro colocados derrotados, atendendo aos interesses de uma nova eleição e do PT. Puro desespero dos perdedores e de quem teme nosso mandato. Vejo que o PL/PR emprestou seu nome e o Podemos entrou com os seus advogados e com documentos internos vazados ilegalmente. Renata Abreu, Fernando Giacobo, Álvaro Dias e Paulo Martins são os responsáveis! Todavia, nada temo. Sei da lisura das minhas ações, suplentes e fornecedores. Não houve aplicação ilegal de recursos, tampouco caixa2, triangulação ou gastos além do limite, como sugerem provar apenas com matérias de blogs e notícias plantadas. A ilustrar o absurdo da ação encontra-se a afirmação fantasiosa de que a pré-candidatura presidencial teria beneficiado minha candidatura ao senado quando foi exatamente o oposto, tendo o abandono da corrida presidencial gerado não só considerável e óbvio desgaste político, mas também impacto emocional. Tentam nos medir com a régua deles. Mas nossa retidão moral é inabalável e inquestionável, como será novamente demonstrado. Ao final serão processados, eles sim, pelas falsidades levantadas", disse.
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