Presidente Lula Marcelo Camargo/Agência Brasil

O processo de extradição do empresário brasileiro Thiago Brennand, que foi acusado de agressão e estupro e está nos Emirados Árabes desde setembro do ano passado, ainda é um mistério. No retorno de sua viagem ao país, o chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ao Estadão que não discutiu com o presidente dos Emirados Árabes, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, o assunto e não sabe como será o processo.

"Quando vai acontecer é questão da Justiça", afirmou o presidente. Ele acrescentou, contudo, que o empresário "tem de pagar" pelos crimes cometidos. "Se no mundo existir 1 milhão de cidadãos como esse, todos merecem ser punidos, porque não é humanamente aceitável que um brutamonte desses seja um agressor de mulheres", acrescentou.

Os Emirados Árabes Unidos aprovaram a solicitação do Brasil de extradição do empresário esta semana. Ele tem cinco mandados de prisão preventiva decretados no país e chegou a ser detido no exterior, mas foi liberado após pagar fiança.
Acusado de estupro e agressão, o empresário Thiago Brennand teve o quarto pedido de prisão preventiva decretado  - Reprodução
Acusado de estupro e agressão, o empresário Thiago Brennand teve o quarto pedido de prisão preventiva decretado Reprodução


Entenda o caso

Brennand é acusado por diversas mulheres por crimes de abuso sexual e agressão, mas o estopim foi o caso envolvendo a modelo Helena Gomes, em agosto do ano passado, em que o empresário foi flagrado por câmeras de segurança a agredindo dentro de uma academia em São Paulo.
Imagens mostram momento em que Thiago Brennand xinga e cospe em Helena - TV Globo/Reprodução
Imagens mostram momento em que Thiago Brennand xinga e cospe em HelenaTV Globo/Reprodução


A juíza da 6ª Vara Criminal paulistana, Erika Mascarenhas, responsável por este processo, determinou que o acusado entregasse seu passaporte à Justiça. Como ele viajou para os Emirados Árabes, a magistrada decretou a sua prisão preventiva.

O atual advogado de Brennand, Eduardo Cesar Leite, pediu a revogação da prisão nos cinco processos, argumentando que "a mídia brasileira pautou supostos fatos, impondo julgamento antecipado do acusado pelo simples fato de sua viagem aos Emirados Árabes". As solicitações foram negadas na semana passada.