Fernando Sastre de Andrade Filho, dono do Porsche, provocou a morte de motorista de aplicativoReprodução/TV Globo
Novas provas reunidas na investigação foram determinantes para o empresário continuar preso. São boletins de ocorrência sobre outros acidentes, o histórico de multas de trânsito e o vídeo em que ele aparece com a fala lenta. A gravação é considerada um novo indício de que Fernando Sastre estava alcoolizado. Ele não foi submetido ao teste do bafômetro após o acidente.
Com a decisão, não há data para o empresário deixar a cadeia. A prisão preventiva não tem prazo determinado.
"Um automóvel pode acabar virando uma 'arma', e letal, nas mãos de quem não faz o uso adequado dele, potencializando-se o risco quando a pessoa o faz de modo irresponsável", diz um trecho do voto.
"Aliás, a periculosidade social do agente, o que, por certo, atinge, consequentemente, a credibilidade depositada pela própria sociedade no sistema criminal, é outro argumento para possibilitar o acautelamento da ordem pública."
O desembargador também chamou atenção para a reação do empresário após o acidente. Ele não prestou socorro ao motorista de aplicativo. "Sequer perguntou sobre a vítima atingida pelo veículo por ele pilotado", repreendeu o magistrado.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia negado um pedido de habeas corpus do empresário. Ele foi transferido do presídio de Guarulhos, na Grande São Paulo, para Tremembé, no interior do Estado.
Denúncia
A Justiça de São Paulo obrigou o empresário a pagar uma pensão mensal de dois salários mínimos à família do motorista de aplicativo. A decisão é provisória e vale até o Tribunal de Justiça julgar um processo movido pela família do motorista, que pede uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais.
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