Amazonas - As circunstâncias sobre a morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja e ex-sinhazinha do Boi Garantido, ainda é um mistério. Agora, a polícia suspeita que a avó de Djidja Cardoso, Maria Venina, de 82 anos, morreu de AVC após participar de um ritual com anabolizantes e outras drogas. Parentes relataram que Cleusimar, Djidja e Bruno, ex-namorado da empresária, injetaram doses de anabolizantes na avó, durante o ritual da seita "Pai, Mãe, Vida".
O grupo utilizava cetamina, uma substância que provoca alucinações e dependência, para atingir uma falsa sensação de plenitude espiritual. A avó morreu em junho de 2023, em Parintins. A informação foi divulgada pelo programa 'Fantástico', da TV Globo, neste domingo (10).
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Já Djidja, de 32 anos, foi encontrada morta em sua casa, no dia 28 de maio, Manaus, capital do Amazonas. Dois dias depois, a mãe e o irmão da influenciadora foram presos suspeitos de associação para o tráfico e venda de drogas, além de estupro — no caso do irmão Ademar Cardoso.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a morte da ex-sinhazinha foi causada por um edema cerebral que afetou o funcionamento do coração e da respiração. No entanto, o documento não revela o que teria levado Djidja ao quadro. O resultado final da necrópsia e o exame toxicológico devem ficar prontos ainda este mês. A polícia suspeita que ela morreu por overdose de cetamina.
A corporação está apurando se o ex-namorado de Djidja, Bruno Lima, havia participado da seita e na morte da avó da ex-sinhazinha. Ele também foi preso na última sexta-feira (7), em Manaus.
Uma familiar que prefere não se identificar, contou como tudo aconteceu: "Cleusimar fez o ritual da cura, ela expulsou todo mundo da casa da minha avó. E nesse ritual eles aplicaram uma bomba, e deram maconha para minha avó. Para fazer medicação, para ela meditar. Às 3h da manhã do dia 29 minha avó teve um AVC".
"Ela chamou minha tia que estava dormindo. E quando ela levantou, ela reclamou de muita dor de cabeça e ela caiu nos braços da minha tia", acrescentou.
Depois da morte da mãe, a irmã de Cleusimar enviou uma mensagem de áudio pedindo que ela pare de usar drogas. "Cleuse, que sirva de lição, minha irmã, pare de usar droga!", pediu.
De acordo com a prima, Cleusimar se drogava e dizia que tinha poderes para ressuscitar a mãe. Ela ainda conta que depois da morte da idosa, a família procurou a polícia e fez uma denúncia de cárcere privado. Os parentes queriam ajudar Djidja a se livrar das drogas e da seita comandada pela mãe dela. Um vídeo mostra policiais dentro da casa da família, mas Djidja não aceitou sair de casa com a polícia.
Na última sexta-feira (7), uma operação prendeu, além de Bruno, outros quatro suspeitos de fazer parte da quadrilha de tráfico de cetamina, em Manaus. Em nota, a defesa do ex-namorado de Djidja afirma que a prisão dele é desnecessária uma vez que ele sempre cooperou com as investigações.
Entre os presos, está Hatus Silveira, um ex-fisiculturista que indicava exercícios físicos e remédios para a família de Djidja. Na casa dele, os agentes encontraram seringas e frascos de um medicamento de fortalecimento para animais de grande porte, usado irregularmente por pessoas que querem aumentar a massa muscular.
Segundo a polícia, foi o ex-fisiculturista quem prescreveu, ilegalmente, o uso de cetamina para a família. Ele também indicou locais para a compra da droga.
"Ele não forneceu, ele não aplicou, ele não vendeu, ele não transportou, ele não fez nenhuma dessas modalidades", diz o advogado de Hatus, Mozart Bessa.
Na semana passada, auditores fiscais do Ministério da Agricultura acompanharam a operação de fiscalização em clínicas veterinárias alvos da investigação. Elas são suspeitas de vender cetamina e outros medicamentos sem autorização. Os policiais encontraram dezenas de frascos de cetamina e outros medicamentos.
O empresário José Máximo Silva de Oliveira, que é o responsável pelas clínicas veterinárias investigadas, se apresentou na delegacia e foi preso. Em nota, o advogado de José Máximo nega que seu cliente tenha "prescrito cetamina ou outro tipo de medicamento para a família Cardoso".
Segundo as investigações, boa parte do dinheiro da rede de salões de beleza de Djidja Cardoso era usado para comprar cetamina. A família queria abrir uma clínica veterinária com o dinheiro do empreendimento de Djidja, para ter acesso mais fácil à droga.
A advogada da mãe e irmão de Djidja Cardoso disse que os dois "são doentes". Lidiane Roque, que assumiu a defesa dos suspeitos, afirma que a linha de defesa será atestar a incapacidade mental dos familiares de Djidja, pelo fato de serem usuários de alguns tipos de drogas.
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