Estátuas ficam no Parque Municipal de Belo HorizonteReprodução/X

Minas Gerais - A antropóloga Lélia Gonzalez e a escritora Carolina Maria de Jesus foram homenageadas com estátuas lado no Parque Municipal de Belo Horizonte, no Centro da cidade. A inauguração das esculturas aconteceu no domingo (30).
As homenagens, feitas pelo artista Léo Santana, são de bronze e possuem tamanho real. Elas ficam em frente ao Teatro Francisco Nunes. As duas integram o Circuito Literário de Belo Horizonte, que promove atividades culturais e literárias na cidade, como palestras, mesas-redondas, lançamentos de livros e exposições.
Parentes de Lélia e Carolina estiveram presentes na inauguração, além de representantes de movimentos negros de Belo Horizonte.
Durante a cerimônia, houve uma apresentação de hip hop de alunos da Escola Municipal Carolina Maria de Jesus, localizada em um bairro da Zona Norte da capital.
Ícones
Lélia Gonzalez foi uma importante intelectual, militante e pesquisadora, nascida em 1935 e falecida em 1994. Ela foi uma das principais vozes na luta pelos direitos das mulheres negras e pela valorização da cultura afro-brasileira.
A antropóloga também teve um papel fundamental no movimento negro no Brasil, contribuindo significativamente para o debate sobre racismo, identidade negra e feminismos afrodescendentes.
Lélia Gonzalez foi uma das principais vozes na luta pelos direitos das mulheres negras - Divulgação
Lélia Gonzalez foi uma das principais vozes na luta pelos direitos das mulheres negrasDivulgação
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora nascida em Minas Gerais em 1914, tendo vivido até 1977. Ela é conhecida principalmente por seu livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada", publicado em 1960. Neste livro, a autora relata seu cotidiano na favela do Canindé, em São Paulo, onde morava com seus três filhos. Seu diário, escrito em cadernos encontrados no lixo, revela as condições de vida precárias, a pobreza extrema e a luta pela sobrevivência.
A obra teve grande repercussão nacional e internacional, sendo traduzida para diversas línguas. Carolina é considerada uma das primeiras escritoras negras a ganhar visibilidade no Brasil, abrindo caminho para que temas como a desigualdade social e o racismo fossem discutidos na literatura brasileira.
Carolina Maria de Jesus foi uma ícone para a inserção das mulheres negras no mundo da literatura brasileira - Reprodução
Carolina Maria de Jesus foi uma ícone para a inserção das mulheres negras no mundo da literatura brasileiraReprodução