Alexandre Ramagem e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)Pedro Teixeira/Agência O Dia

A Polícia Federal (PF) intimou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a prestar um novo depoimento nesta terça-feira (5). O parlamentar será ouvido no âmbito do inquérito que investiga a suposta elaboração de um plano golpista durante o governo Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O depoimento está marcado para as 14h.
Além dele, na quarta-feira (6), a corporação deve tomar o depoimento de um general e de coronéis do Exército que ainda não foram ouvidos no curso das investigações.
A PF encontrou ligações sobre a articulação de um golpe e os atentados de 8 de janeiro de 2023 — quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A tentativa de golpe de Estado, por meio do planejamento da tomada de poder, segundo  as investigações, envolve aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre as articulações, de acordo com as diligências, está o esquema de espionagem mantido na Abin durante a gestão de Ramagem, a chamada "Abin Paralela". O ex-chefe da Abin é atualmente deputado federal pelo PL.
A principal linha de investigação da PF é que, além da Abin, diversos órgãos do governo passado foram mobilizados para interferir na posse de Lula, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Palácio do Planalto e das Forças Armadas.

Uma das principais provas elencadas pela corporação é a discussão de uma minuta golpista em reuniões nos Palácios do Planalto e da Alvorada, no fim de 2022. De acordo com a PF, o ex-presidente teria convocado os então comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para tratar sobre a aplicação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e de sítio para impedir a transmissão o cargo a Lula, que havia ganhado as eleições naquele ano. Conforme as investigações, os chefes do Exército e da Aeronáutica se manifestaram contra o plano.
O documento também previa prender ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro também é investigado por participar dos encontros. A investigação está na reta final para ser concluída e tem Bolsonaro como um dos principais investigados.