São Paulo - Marcelo Amaral, o jovem que foi jogado de uma ponte por um policial na Zona Sul de São Paulo, concedeu entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, que foi exibida neste domingo (8). Ele cita que o agente "estava desequilibrado". O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira (2).
"Quase morri na mão de um policial que estava desequilibrado. Não tem o que falar. O que passou na mente dele pra ele me jogar da ponte?", questionou.
O entregador, de 25 anos, revelou que tentou argumentar com o policial de que não havia motivo para ele fazer aquilo. A vítima alegou que não é um criminoso e que a motocicleta que pilotava era dele e estava com a documentação correta.
"Isso eu disse pra ele: eu não sou ladrão e a minha moto não é roubada. Minha moto tá certinha. Nada de errado. Em nenhum momento da abordagem não pediu documentação da moto", explicou.
Mesmo assim, segundo ele, o policial Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, disse que o jogaria da ponte ou que ele mesmo deveria pular. "Você tem duas opções: ou você pula da ponte, ou eu jogo você e sua motocicleta daqui", disse o policial de acordo com o depoimento de Marcelo.
Antônio Donizete do Amaral, pai do jovem cobrou explicações sobre o caso, que chamou de "inadmissível", na semana passada.
"Está bem, mas não consegui falar com ele... É inadmissível, não existe isso aí. Eu acho que a polícia está aí para fazer a defesa da população e não fazer o que fez", disse o mecânico em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Entenda
O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira, mas só ganhou repercussão após o compartilhamento de um vídeo nas redes sociais na terça-feira (3).
Uma testemunha, que não quis se identificar, afirma que viu quando os agentes do policiamento com motocicletas abordaram o jovem.
"Tinham dois policiais da Rocam parados ali com cacetete na mão esperando para abordar. Aí esse menino veio da avenida, virou e aí foi a hora que ele viu os policiais e caiu no chão com a moto. Na hora que ele caiu no chão com a moto, como os policiais vieram em cima dele, eu e minha amiga saímos correndo", diz.
A testemunha ainda ressalta que a polícia estava no local para dispersar um baile funk que acontecia na rua. Um córrego corta a comunidade da Vila Clara, na Zona Sul de São Paulo. São 3,7 metros de altura que separam a ponte da Água Rasa.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.