Maranhão - A mulher que foi presa suspeita de ter envenenado um ovo de Páscoa enviado a uma família em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, afirmou que era mulher trans e apresentou crachá falso para conseguir fazer o cadastro no hotel onde ficou hospedada na cidade. O caso resultou na morte de uma criança de apenas 7 anos e deixou outras duas pessoas em estado grave.
Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, saiu de Santa Inês (MA) em um ônibus e percorreu um trajeto de 384 quilômetros para chegar ao município onde as vítimas moram.
No crachá que apresentou no hotel, havia uma foto dela de peruca preta, o nome falso de Gabrielle Barcelli e a inscrição "Gastrônomia" (com erro de acentuação), indicando uma suposta profissão.
Em uma conversa em aplicativo de mensagem, a suspeita do crime disse para a atendente que estava em processo de mudança de nome e, por isso, não poderia apresentar um documento de identidade oficial. A recepção do estabelecimento aceitou o argumento e assim, ela conseguiu fazer a reserva.
"Deixa eu lhe falar é porque sou trans e a minha documentação está em processo, mas estarei com o crachá da empresa. Posso colocar o nome depois que eu mudei? Onde chego eu uso dele", escreveu Jordélia em uma das mensagens enviadas ao hotel.
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Prisão
Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi detida pela Polícia Civil do Maranhão, com apoio do Centro de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), na tarde desta quinta-feira (17), dentro de um ônibus interurbano, no município de Santa Inês, onde mora. Ela é ex-namorada do atual companheiro de Mirian Lira, de 32 anos, uma das vítimas do envenenamento.
O menino Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, morreu na madrugada de quinta após consumir o chocolate. A mãe, Mirian Lira, e a irmã, Evelyn Fernanda, de 13 anos, permanecem internadas em estado grave, ambas intubadas.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Jordélia comprou o chocolate em uma loja enquanto usava uma peruca para se disfarçar.
Amostras do ovo de Páscoa foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística de Imperatriz (Icrim) para análise, a fim de confirmar a presença de substância tóxica no produto.
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