O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, entregou carta de demmissão ao governo nesta sexta-feira (4)Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, entregou ao Palácio do Planalto uma carta com pedido de demissão do cargo. Ele aguarda uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias para formalizar a saída, antecipada em relação ao término de seu mandato, previsto para agosto. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
A decisão ocorre em meio à pressão interna provocada por sucessivos prejuízos financeiros, risco de demissões em massa e um embate direto com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Um dos pontos de tensão foi a proposta de fechamento de agências dos Correios, que poderia impactar até 10 mil trabalhadores. A Casa Civil nega que o ministro tenha sugerido tal medida.
A estatal enfrenta um cenário de crise. Em 2024, registrou prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões. Apenas no primeiro semestre, as perdas somaram R$ 1,72 bilhão — alta de 115% em comparação ao mesmo período de 2023, quando o déficit foi de R$ 801 milhões.
A saída de Fabiano abre caminho para que a presidência dos Correios seja ocupada por um nome indicado pelo União Brasil, partido que comanda o Ministério das Comunicações, ao qual a estatal é vinculada. A legenda, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), busca ampliar sua presença na máquina pública.
Em fevereiro, a diretora financeira da empresa, Maria do Carmo Lara Perpétuo, indicada pelo PT e ex-prefeita de Betim (MG), foi exonerada por Fabiano após os prejuízos bilionários virem à tona.