O ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, afirmou, nesta sexta-feira (5), ser contra o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, contrariando a posição do próprio partido, o Republicanos, de apoiar a proposta.
A adesão da sigla à iniciativa foi citada nesta semana pelo presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, ao dizer que já tem votos suficientes da oposição para avançar com o texto, incluindo ainda partidos como o União Brasil e o Progressistas, além da expectativa de adesão do PSD.
O ministro é filiado ao Republicanos-PE e foi escolhido "da cota pessoal" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor a Esplanada, em uma das muitas tentativas do governo de fazer uma coalizão de "frente ampla" para governar o País.
Na época, ele entrou no governo junto de André Fufuca (PP-MA) para comandar a pasta de Esporte – o partido formou recentemente uma federação com o União Brasil e determinou a saída de ministros do governo.
"Tem essa pauta da anistia, que eu sou contra. Defendo que os culpados sejam responsabilizados. Mas, tenho muita convicção que Hugo Motta, com sua habilidade, vai fazer com que possa construir convergências a favor das pautas de interesse do Brasil", disse o ministro em entrevista à GloboNews.
O chefe da pasta de Portos e Aeroportos destacou ainda que o partido tem conhecimento do seu posicionamento à esquerda favorável a Lula desde sua formação política e que sua escolha para o ministério foi pessoal. Também pontuou que seguirá ao lado do petista na disputa nas eleições de 2026.
"Não tenha dúvida que eu estarei ao lado do presidente Lula [...] porque entendo que, neste momento, é a melhor opção para o povo brasileiro", ressaltou.
A declaração ocorre em meio aos esforços de Tarcísio de articular o avanço do projeto de lei da anistia na Câmara dos Deputados. O projeto está parado na Câmara desde 2024 e é motivo de impasse entre parlamentares da base e da oposição.
O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) chegou a acionar o STF contra Tarcísio de Freitas, alegando obstrução de Justiça. No documento, o parlamentar pediu a aplicação de medidas cautelares, como apreensão do passaporte do gestor estadual.
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