Le Monde se referiu ao fato de o ex-presidente ter danificado sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda AFP
Em análise publicada pelo The New York Times na segunda-feira, 24, o jornal afirma que o Brasil "desafiou Donald Trump e venceu", ao descrever a mudança de postura do presidente norte-americano diante da prisão de Bolsonaro.
Para o NYT, o episódio expõe o contraste entre os destinos do republicano e Bolsonaro após ambos contestarem resultados eleitorais, além de evidenciar os limites da capacidade de Washington de pressionar o próprio Brasil. Trump "demonstra disposição para abandonar antigos aliados quando considera politicamente conveniente", disse o jornal.
A Reuters focou no fato de, em uma audiência de custódia no domingo, 23, Bolsonaro ter negado qualquer intenção de fuga, dizendo que acreditava que um dispositivo de rastreamento estava oculto na tornozeleira devido aos efeitos de medicamentos anticonvulsivantes prescritos por diferentes médicos.
O britânico The Guardian ressalta que, até agora, não houve sinais de protestos em massa ou agitação, com apenas pequenos grupos de bolsonaristas se manifestando e rezando do lado de fora do complexo da polícia federal, onde ele passou as últimas noites. O veículo aponta que a influência do ex-presidente diminuiu drasticamente nos últimos meses, "especialmente após Bolsonaro ter sido preso por adulterar sua tornozeleira eletrônica".
"Uma inacreditável tentativa de fuga", enfatizou o francês Le Monde, fazendo referência para o fato de o ex-presidente ter danificado sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.
Segundo o The Wall Street Journal, as tarifas de Trump, no fim, entregam a Lula um "presente político no Brasil". Não apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) prosseguiu para sentenciar Bolsonaro a 27 anos de prisão, mas o confronto com Trump também colocou Lula em uma posição mais forte para vencer as eleições do próximo ano, ressalta.
A retirada das tarifas sobre o Brasil marca uma reviravolta acentuada em relação a agosto, quando Trump introduziu algumas de suas taxas mais pesadas do ano devido ao que chamou de uma "caça às bruxas" na acusação de Bolsonaro por tramar um golpe no final de 2022, acrescenta o WSJ.
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