Bala de borracha ficou alojada no rosto do ambulanteLetycia Rocha (RC24h)

Era apenas mais uma noite de Carnaval na Praia do Forte, em Cabo Frio, quando um ambulante foi atingido por uma bala de borracha no rosto. O disparo foi realizado por um policial militar, à queima-roupa, na madrugada da última terça-feira (22).
 
Bala de borracha ficou alojada no rosto do ambulante - Letycia Rocha (RC24h)
Bala de borracha ficou alojada no rosto do ambulanteLetycia Rocha (RC24h)
Márcio P.D.A., como preferiu ser identificado, estava trabalhando com vendas de ‘mangueirinha’ durante os dias de festa na cidade. Por volta das 3h, a dispersão dos foliões começou. “Eles começaram a dispersar o pessoal e vieram pra cima de mim. Veio um policial, me deu duas pancadas com cassetete e um outro mirou a arma na minha direção, à queima-roupa. Bateu uma bala no meu rosto e outra no meu peito. Caí no chão e comecei a sangrar”, relembra.

A vítima conta que foi socorrida por populares, que deram água e colocaram gelo. Desesperado, ele saiu andando até a praça do bairro Vila Nova, onde pediu ajuda a um outro rapaz, “ele me colocou na moto dele e me levou para a delegacia”.

Na 126ª Delegacia de Polícia (126ª DP), Márcio foi atendido por um agente que o indicou, primeiramente, ir até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, depois, registrar a ocorrência. “Fui para a UPA e fiquei de 4h até às 6h, aguardando os procedimentos”.
Exame de imagem mostra projetil alojado - Letycia Rocha (RC24h)
Exame de imagem mostra projetil alojadoLetycia Rocha (RC24h)


Exame de imagem mostra projetil alojado – Foto: Arquivo pessoal
Logo em seguida, ele foi encaminhado para o Hospital Central de Emergência (HCE), onde realizou exames de imagens, como radiografia e tomografia, sendo constatada a necessidade de uma cirurgia para a retirada do projetil.

“Depois da alta, fui com todos os documentos para a delegacia. Dois policiais civil que estavam de plantão me disseram que lá não fazia esse tipo de ocorrência e eu precisava ir para a Ouvidoria, no Batalhão. Quando cheguei no Batalhão, o militar que estava no portão me disse que a Ouvidoria só tinha no Rio e eu deveria voltar para a delegacia. Não fui tratado bem”, relembra.
Exames solicitados para cirurgia - Letycia Rocha (RC24h)
Exames solicitados para cirurgiaLetycia Rocha (RC24h)


Exames solicitados para cirurgia – Foto: Arquivo pessoal
Márcio conta que ainda terá que passar por novos exames e precisará ser submetido a outra cirurgia, dessa vez em um hospital no Rio de Janeiro, já que teve parte do maxilar quebrado e precisará colocar uma prótese. “Não consigo comer, estou tomando água, sopa, tudo com canudinho. Minha boca foi costurada por dentro e por fora”.

O ambulante segue, agora, sob efeito de diversos analgésicos e antibióticos, além de precisar ficar afastado do trabalho, já que também é funcionário público da Prefeitura de Cabo Frio.

“Uma coisa dessas não pode ficar impune. Eu levei um tiro no rosto. Fiquei com a bala agarrada. Não sou bandido. Sou trabalhador e também funcionário público. Estava fazendo um extra”, lamenta a vítima.
CELULAR TAMBÉM FOI DESTRUÍDO

Além de todo o transtorno físico, Márcio teve o aparelho celular destruído pelos policiais.

“Eles ainda quebraram o meu telefone. Quando eu ia filmar o ocorrido, bateram meu telefone no chão”, conta.

Com todo o ocorrido, o ambulante está precisando de ajuda financeira para comprar remédios e auxiliar na realização dos exames e da cirurgia, que será feita em outra cidade, além de adquirir um novo aparelho celular. Ele disponibilizou uma chave PIX para quem puder ajudar: 09861581782 (CPF).
 
Celular ficou destruído - Letycia Rocha (RC24h)
Celular ficou destruídoLetycia Rocha (RC24h)
 CELULAR TAMBÉM FOI DESTRUÍDO

Além de todo o transtorno físico, Márcio teve o aparelho celular destruído pelos policiais.

“Eles ainda quebraram o meu telefone. Quando eu ia filmar o ocorrido, bateram meu telefone no chão”, conta.

Com todo o ocorrido, o ambulante está precisando de ajuda financeira para comprar remédios e auxiliar na realização dos exames e da cirurgia, que será feita em outra cidade, além de adquirir um novo aparelho celular. Ele disponibilizou uma chave PIX para quem puder ajudar: 09861581782 (CPF).
Bala de borracha removida do maxilar após cirurgia - Letycia Rocha (RC24h)
Bala de borracha removida do maxilar após cirurgiaLetycia Rocha (RC24h)
CASO SERÁ INVESTIGADO

Procurado pelo jornal O DIA, o comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), tenente-coronel Leonardo Oliveira, afirmou que será instaurado procedimento apuratório para averiguar o ocorrido.

“Vou mandar, de imediato, instaurar o procedimento apuratório disciplinar, para averiguarmos, com imparcialidade, as circunstâncias desse fato”, afirmou.

O Registro Policial Militar será realizado com o apoio do 25º BPM, assim como o exame de Corpo Delito.