Nas demais escolas, a média é de 50 a 70% e segue em crescimento, apesar de alegarem que as horas extras serão retiradas dos professores que participarem do movimento.Ludmila Lopes (RC24h)
No município cabo-friense, conforme o Sepe Lagos, a greve está tendo alta adesão nas escolas da rede estadual. Instituições como o CIEP 458 (Jardim Esperança), o Instituto de Educação Ismar Gomes (centro) e o CIEP 357 (Tangará) contam com cerca de 90% de adesão. Nas demais escolas, a média é de 50 a 70% e segue em crescimento, apesar de alegarem que as horas extras serão retiradas dos professores que participarem do movimento.
Ainda de acordo com o Sepe Lagos, a greve foi desencadeada pela “manobra” do governador Cláudio Castro (PL) de tentar impor um reajuste zero para a maioria dos trabalhadores das escolas da rede estadual, concedendo reajuste apenas para os primeiros níveis da carreira.
Diante da situação, a categoria fez uma marcha na capital na última terça-feira (16), percorrendo do Largo do Machado até o Palácio Guanabara com milhares de participantes. O ato terminou no final da tarde, sem que o governo recebesse os representantes do Sepe. Uma nova assembleia está agendada para o dia 23 de maio, no Rio de Janeiro, para decidir os próximos passos do movimento e avaliar as negociações com o governo.
A greve continuará por tempo indeterminado e só será encerrada quando a categoria decidir em assembleia, dependendo das propostas de solução apresentadas pelo governo.
As principais demandas do movimento incluem a implementação do Piso Nacional nas carreiras dos profissionais da educação (no salário base, não como abono), defesa do plano de carreira, revogação do novo ensino médio (NEM) e um projeto efetivo de combate à violência nas escolas.
Em resposta, foi enviada a seguinte nota:
“A Secretaria de Estado de Educação informa que, nesta sexta-feira (19), conforme sistema automatizado de controle de frequência, até o momento, 82,68% dos professores compareceram às aulas em todo o estado.
É importante ressaltar que a gestão mantém um canal permanente de diálogo com a categoria.
A secretaria enfatiza ainda que o aumento concedido pelo governo é o pagamento do piso nacional para todos os cargos e níveis do magistério que não recebem o valor correspondente de R$ 4.420,00 para professores de 40h. Essa era uma reivindicação antiga da categoria, já que o piso nacional não era pago desde 2015.
A medida terá um impacto significativo para quase metade do funcionalismo. O Professor Docente II, por exemplo, que cumpre 22h semanais, terá reajuste de 116%, passando de R$ 1.125,55 para R$2.431,30, e, no caso de professor Doc II, 40h, que hoje recebe R$2.251,11, irá ganhar R$4.420,00 um acréscimo de 96% no vencimento.
Desta forma, nenhum professor da rede estadual de ensino ganhará menos do que o piso nacional.Quanto ao plano de cargos e salários, não há disponibilidade orçamentária e financeira no momento para aplicação do mesmo, já que o Estado do Rio de Janeiro encontra-se em regime de recuperação fiscal”.
Imagem: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff
Sem contar que, segundo o Sepe, o Rio de Janeiro paga o pior salário do Brasil para os educadores da rede estadual.
Enquanto o valor do piso nacional está fixado em R$ 4.420, um professor em uma escola estadual no Rio de Janeiro recebe um vencimento base de R$ 1.588, para uma jornada de 18 horas semanais. A diferença é de quase 65%.
A situação dos funcionários administrativos, que incluem serventes, merendeiras, porteiros e inspetores de alunos, é a mesma. A maioria desses profissionais recebe um piso salarial que é menor do que o salário mínimo, estimado em R$ 802,00.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.