Em entrevista no início da noite desta segunda-feira, a delegada Natália afirmou que o crime foi premeditado Foto 8º BPM/Divulgação

Campos – O trabalho de excelência da 134ª Delegacia de Polícia de Campos dos Goytacazes (RJ), em conjunto com o 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) chega a mais uma etapa decisiva para a elucidação do assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, na noite de quinta-feira (02), no Parque Aurora; ela estava acompanhada da mãe (que levou um tiro na perna esquerda) e grávida de oito meses, cujo bebê chegou a nascer, mas morreu na manhã de sábado (04).
Duas pessoas em uma moto participaram da execução; uma delas foi presa no sábado (teria sido o piloto do veículo) e o apontado como executor, conhecido pelo apelido “Pepé”, encontrado escondido em um matagal, na tarde desta segunda-feira (06), no distrito de Ururai, mas o depoimento não foi revelado; também o dono da moto foi detido e alegou que o veículo havia sido usado sem o seu consentimento.
Em nota divulgada na tarde de hoje, a Seção de Comunicação Social do 8º BPM informa que em ação conjunta do com a 134ª DP e apoio da PRF, após longas buscas e diligências e operações de inteligência, “logrou-se êxito em prender o executor da jovem; um terceiro elemento foi ouvido na tarde desta segunda-feira, a fim de prestar esclarecimentos, na qualidade de testemunha, sendo este o proprietário do veículo utilizado no crime”.
Em coletiva, a titular da 134ª DP, Natália Patrão, afirma que o homem que seria o pai da criança esteve na delegacia acompanhando do advogado à tarde para ser ouvido; porém, pelo o que ela afirma, ele não teria colaborado.
“Solicitamos ao setor médico legal que fosse recolhido materiais do bebê antes do enterro e que ele (o pai) viesse à delegacia, para saber dele se poderia fornecer ou não esse material para exame de DNA; mas se negou a fornecer o material”. Natália Patrão continua admitindo a possibilidade de crime passional e premeditado.
Outro ponto já clareado é que há mais de um suspeito de ser contratante dos dois executores; porém, a delegada entende que ainda não há como se aprofundar sobre outros envolvidos; ela menciona a esposa do professor Diogo Viola de Nadai, de 40 anos, com quem Letycia teve um relacionamento amoroso, no entanto sem citá-la como suspeita.
Segundo Natália Patrão, a esposa nega ter conhecimento do relacionamento do marido com Letycia e estar envolvida com o crime; o professor também diz nada ter a ver com o caso e tem defesa reforçada por seus advogados em nota cujo texto é o seguinte:
“REYNALDO PEIXOTO SOARES, THIAGO FREITAS DE CARVALHO e PATRICK DE AZEVEDO VASCONCELOS RANGEL, respectivos patronos de DIOGO VIOLA DE NADAI vêm a público informar que, até o presente momento, não obtiveram acesso a INTEGRALIDADE DA ACUSAÇÃO, não sendo possível, dessa forma, emitir manifestações sobre o teor das acusações; Cabe mencionar que as alegações proferidas são meramente especulatórias; Por fim, destaque-se que a defesa está colaborando com as investigações desde o início, buscando sempre a verdade real dos fatos e acreditando nas instituições e no judiciário brasileiro”.
RELEMBRANDO O FATO - O crime aconteceu quando Letycia – grávida de oito meses – chegava a casa, na Rua Simeão Scheremeth, no Parque Aurora, em um Gol branco, por volta de 21h de quinta-feira; ela estava acompanhada da mãe, que foi ferida na perna esquerda; o bebê chegou a nascer, mas morreu na manhã de sexta-feira (03) na Beneficência Portuguesa.
A gestante foi atingida na face, duas vezes no tórax, no ombro e na mão esquerda, foi socorrida por um tio, levada para o Ferreira Machado, mas faleceu ao dar entrada no hospital; a mãe dela recebeu atendimentos e logo liberada.
Conforme O Dia noticiou, com base em levantamento da delegada, “duas pessoas chegaram em uma moto, pararam ao lado do carro em que Letycia estava estacionado na porta de casa, disparando várias vezes contra a vítima; a mãe da grávida, que estava fora do veículo, ainda tentou segurar a moto e acabou sendo baleada na perna e caindo”.