Durante sessão pelo Dia Internacional da Mulher, vereadores aprovaram nota de repúdio Foto Assessoria/Câmara
Com oito dias de investigação, a polícia já prendeu todos os envolvidos, inclusive o suspeito de ter encomendado a execução – o professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Diogo Viola de Nadai, que vivia em união estável com a vítima.
Os demais presos são apontados como contratante, executores e dono da moto usada para a prática do crime; não demorou também para a conclusão de que se trata de crime passional. Natália Patrão tem ressaltado a importância de a investigação ter apoios de outros setores da segurança, como a Polícia Militar; mas a Câmara Municipal acaba de reconhecer, por unanimidade, a atuação da delegada.
A iniciativa dos 25 vereadores acontece por conta do Dia Internacional da Mulher, comemorado quarta-feira (08), e é extensiva às demais delegadas que atuam no município (Madeleine, Ana Paula, Pollyana e Juliana), “pelo excelente papel que vêm exercendo à frente das delegacias 134ª DP, 146ª DP e Deam, sobretudo nos desdobramentos dos crimes bárbaros que ocorreram na última semana”.
A execução da engenheira Letycia – que estava grávida de oito meses, cujo bebê chegou a nascer, mas morreu horas depois de a mãe ter morrido – ganha repercussão fora do Estado do Rio de Janeiro; paralelo à Moção de Aplauso às delegadas, a Câmara também repudia não apenas a execução de Letycia, mas os demais crimes que vitimaram mulheres nos últimos dias na cidade.
Dois dias depois do assassinato da engenheira, Flaviana Teixeira Lima, 23 anos, proprietária de um bar no distrito de Travessão, em Campos, foi morta a facadas; o principal suspeito - Alessildo Tavares Cláudio, de 46 anos, ex-marido da vítima – foi preso em menos de 24 horas do ocorrido; ele se preparava para fugir, quando a equipe da delegada da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, Pollyana Henriques, o prendeu.
A nota de repúdio, assinada pelos 25 vereadores, tem o seguinte texto: “A Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes vem manifestar nota de repúdio pelos fatos ocorridos em nossa cidade na última semana, que culminaram com o falecimento da senhora Letycia Peixoto Fonseca e a senhora Flaviana Teixeira de Lima, que foram brutalmente assassinadas.
Hoje, no Dia Internacional da Mulher, precisamos trazer uma pauta tão importante. No Brasil, o número de casos de feminicídios aumentou bruscamente no último ano. O Brasil teve 3.900 homicídios dolosos (intencionais) de mulheres em 2022 (aumento de 2,6% em relação ao ano anterior). Foram 1400 feminicídios, o maior número já registrado desde que a Lei entrou em vigor em 2015. Esse número corresponde a pelo menos uma mulher morta a cada seis horas.
Hoje, no Dia Internacional da Mulher, gostaríamos de externar a nossa indignação pelos fatos ocorridos. Por tantas Letícias, Flavianas, Marias, Joanas, Júlias... Tantas mulheres que perdem suas vidas todos os dias, todas as horas, de forma tão violenta. Deixamos aqui registrados os nossos protestos pelos ocorridos”.
RESUMO DOS CASOS – O assassinato foi praticado por dois homens em uma moto, quando Letycia Peixoto Fonseca, chegava a casa, no Parque Aurora, em Campos; ela estava grávida de oito meses; Letycia estava em um Gol branco, acompanhada da mãe, Cíntia Fonseca (que levou tiro na perna esquerda). Cinco pessoas estão presas, inclusive o suspeito de ter sido o mandante, com quem a gestante conviveu e que seria o pai do bebê.
A execução de Letycia teria sido “negociada” a R$ 5 mil. Quanto ao homicídio acontecido dia quatro, no distrito de Travessão, Flaviana Teixeira de Lima se encontrava no interior do bar de sua propriedade e foi surpreendida pelo autor.
Segundo a polícia apurou, o homem estacionou o carro em um matagal próximo e se dirigiu ao bar, onde a vítima se encontrava atendendo, e a executou a vários golpes de “arma branca”. Freguesesa testemunharam e apontaram o ex-marido de Flaviana, preso horas depois.
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