Estratégia da delegada Natália Patrão é montada em parceria com outros órgãos de segurança Foto 134 DP/Divulgação
O parágrafo abre informação postada no portal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), sob o título “Professor acusado de mandar matar companheira grávida vai continuar preso”. A postagem foi feita dia 9, dois após a titular da 134ª Delegacia de Polícia, Natália Patrão, que preside o inquérito, ter prendido o professor.
A prisão temporária foi decretada pelo juiz Adones Henrique Silva Ambrósio Vieira, titular da 1ª Vara Criminal do município, onde o processo pelo crime terá trâmite. A defesa do professor já se manifestou, informando que estaria entrando com pedido de habeas corpus, para tentar soltar o cliente.
De acordo com informação do TJRJ na última quinta-feira (09), na audiência de custódia, o juiz Samuel de Lemos Pereira assinalou que não possuía competência para revisar a decisão que decretou a prisão, explicando: “o objetivo da audiência de custódia é de questionar o custodiado sobre as circunstâncias da sua prisão, verificando a sua legalidade e a presença de indícios de agressão pelos agentes policiais”.
Há muitas especulações em torno do inquérito que, segundo Natália Patrão, corre em segredo; uma delas tem a ver com a “quebra misteriosa” do segredo, uma vez que dados relacionados a depoimentos e apurados estariam sendo vazados para determinado setor da imprensa.
Natália Patrão condena a prática, alegando que o sigilo é importante para se chegar ao fechamento do inquérito; no entanto, o vazamento parece continuar e um indício é logo após a delegada ter anunciado que ainda dependia de dados tecnológicos para concluir os trabalhos.
Estranhamente, horas depois, surgiu a informação, em rede social, de que Diogo Viola teria tentado apagar mensagens do celular. Contudo, independente de “contratempos”, o desenrolar aponta “atuação de excelência” nas investigações; já nos primeiros momentos a delegada admitiu se tratar de crime passional.
As prisões também não demoraram acontecer, inclusive identificando suspeito de ter sido o mandante, contratante, dono da moto usada no crime e executores; e mesmo sem a delegada ter falado a respeito, até valor da “empreitada” (R$ 5 mil) e quanto cada executor teria recebido (R$ 1.250) foram noticiados.
O crime virou pauta nacional; a postura da delegada Natália Patrão na presidência do inquérito tem aprovação da sociedade e acaba de ser exaltada pelos 25 vereadores da Câmara de Campos; a estratégia dela é montada em parceria com outros órgãos de segurança, entre eles a Polícia Militar.
Na última entrevista coletiva sobre o andamento das investigações, Natália afirmou que não existem mais suspeitos; voltou a pontuar “segredo”, confirmar a linha crime passional, identificar os presos e deixar subentendido que depende apenas dos dados tecnológicos para chegar definitivamente à motivação.
Um portal de notícias posta que “Diogo Viola de Nadai tem pedido de habeas corpus confirmado”, atribuindo a informação a um advogado do professor; chegou a surgir comentários de que Diogo seria solto. O Dia tentou ouvir a delegada Natália e a assessoria de imprensa da 134 DP, mas não conseguiu; porém, consultou, pelo número do processo (0002767-61.2023.8.19.0014) no portal do TJRJ; até às 20h35 deste sábado (11) a informação era “Professor acusado de mandar matar companheira grávida vai continuar preso”.
RESUMO DO CASO - Assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, aconteceu na noite de quinta-feira (02), no Parque Aurora; ela estava acompanhada da mãe (que levou um tiro na perna esquerda) e grávida de oito meses, cujo bebê chegou a nascer, mas morreu na manhã de sábado (04).
Duas pessoas em uma moto participaram da execução; uma delas foi presa no sábado (teria sido o piloto do veículo) e o apontado como executor, conhecido pelo apelido “Pepé”, encontrado escondido em um matagal, na tarde de segunda-feira (06), no distrito de Ururai.
O dono da moro usada no crime também está preso, além do suspeito de ter negociado a “empreitada”; o professor estava na casa de um tio, no bairro Jardim Carioca, em Guarus, quando foi preso e levado para a 134ª Delegacia de Polícia
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