Através do projeto de hortas os alunos aprendem a adotar práticas sustentáveis de recursos naturais Foto Juliana Freitas/Divulgação
Desenvolvido pela Prefeitura de Campos por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, tendo como parceira a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o projeto foi apresentado na 15ª Conferência Internacional sobre Educação e Novas Tecnologias de Aprendizagem (EDULEARN 23).
O evento aconteceu em Palma, na Espanha, nos dias 3, 4 e 5 deste mês. Trata-se de uma conferência educacional global que existe há 15 anos e permite que palestrantes, pesquisadores, tecnólogos e profissionais do setor educacional apresentem seus projetos e compartilhem conhecimentos sobre metodologias de ensino e aprendizagem.
“O projeto foi apresentado com base na experiência da horta pedagógica implantada na Escola Municipal Genésio Viana, da localidade de Palmares, distrito de Santa Maria”, explica o chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura e um dos autores do projeto, o instrutor Paulo César dos Santos.
Na apresentação, Santos demonstrou que o uso de recursos didáticos alternativos propicia o desenvolvimento de habilidades e competências e a melhoria da qualidade do ensino público municipal: “Montamos uma horta horizontal, de canteiros em formato de letras e com hortaliças de folhas, fruto e raiz, na Escola Municipal Genésio Viana”.
O projeto envolveu turmas da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com aproximadamente 42 alunos com idades entre 3 e 10 anos: “O objetivo foi avaliar o impacto da horta como recurso pedagógico; assim, o primeiro passo para iniciar o trabalho foi uma pesquisa sobre os tipos de hortaliças que poderiam ser cultivados em cada época do ano”, enfatiza o chefe de gabinete.
Santos conclui que depois, houve o preparar dos canteiros, adubados com matéria orgânica como esterco de bovinos, pó de serra e cascas de café: “O terceiro passo foi semear as sementes e aguardar o surgimento das primeiras mudinhas; os alunos acompanharam o processo por meio de visitas periódicas”.
AGRICULTURA URBANA - O secretário de Agricultura (também autor do projeto), Almy Júnior, detalha que as Hortas Pedagógicas, juntamente com as Hortas Comunitárias e Hortas Comerciais, fazem parte do programa de Agricultura Urbana, criado no governo Wladimir Garotinho: “O programa objetiva promover conhecimentos e a valorização da agricultura a partir da aplicação, no ensino-aprendizagem, de conceitos e bases científicas em disciplinas diversas”.
Ainda fazem parte dos objetivos, a preservação ambiental e a sustentabilidade e segurança alimentar e nutricional, inclusive com o aproveitamento de áreas que comprometem o equilíbrio do ambiente, como as utilizadas para despejo irregular e lixo e entulhos.
“O trabalho doas alunos nas hortas envolve diferentes habilidades”, observa o secretário indicando: “Na disciplina de Ciências, por exemplo, o professor poderá trabalhar com o nascimento das plantas desde a germinação até o crescimento, a produção de fórmulas de adubos orgânicos; os males do uso inadequado de agrotóxicos; já em Português, o professor aproveita das pesquisas que os alunos realizaram para fazer uma transposição didática entre os gêneros textuais”.
Almy acrescenta que em Matemática, o professor poderá explorar conteúdos de medida de peso, tempo, metro, litro, quantidade e muitos outros; enquanto e em História e Geografia pode fazer uma reflexão sobre o tempo e espaço, os contextos históricos, tipos de solo, clima, período de seca e chuva, entre outros.
“A primeira horta pedagógica foi implantada na Escola Municipal Genésio Viana, na localidade Palmares, na região Norte de Campos”, pontua o secretário ressaltando que o cultivo rendeu cenoura, tomate, beterraba, alface, espinafre, couve, alho poró e muito mais.
“A horta é um excelente recurso pedagógico, porque os alunos aprendem a lidar com a terra, com as plantas, aprendem como funciona o processo de plantio e colheita dos alimentos que eles consomem”, avalia a diretora da escola, Juliana Freitas da Silva, acentuando: “Com isso, entendem a importância de preservar o meio ambiente”.
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