Pessoa não vacinada e quem não tomou a bivalente, devem procurar os postos de vacinação Foto César Ferreira/Secom
Subvariante da Covid-19 gera alerta a quem está com o esquema vacinal incompleto
Atual cepa apresenta características diferentes das anteriores, como a alta transmissibilidade
Campos - Mais uma variante recombinante do vírus SARS-Cov-2, que causa a Covid-19 leva a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campos dos Goytacazes (RJ) a alertar para que pessoas não vacinadas e as que não tomaram a vacina bivalente, procurem os postos de vacinação.
O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), infectologista Charbell Kury, resume que a subvariante atual apresenta algumas características diferentes das anteriores, como a alta transmissibilidade: “Ela mantém o mesmo perfil de gravidade das suas antecessoras, com a capacidade de causar quadros mais severos em pacientes que estejam com o esquema vacinal incompleto ou que tenham comorbidades”.
De acordo com o também infectologista Rodrigo Carneiro, diretor de Vigilância em Saúde, nas últimas semanas, o setor de vigilância tem observado, tanto através de notificações, quanto no polo de testagem, um aumento no número de casos de Covid-19: “Já estamos cientes da identificação de uma nova cepa, que já foi isolada no território nacional”.
Carneiro afirma que, por enquanto, estará sendo observado se a tendência de alta vai ser mantida: “Com isso, nas próximas semanas, iremos avaliar a necessidade da implementação de medidas para diminuição da transmissão do vírus, como retomada do uso de máscaras e evitar aglomerações”. A Secretaria de Saúde voltará a realizar a pesquisa entre os pacientes positivados, para a identificação da cepa predominante em circulação no município.
Os dois médicos orientam sobre as características clínicas da EG.5: são semelhantes a outras subvariantes, como febre, tosse, dor de garganta e coriza. Na sexta-feira (18), o Ministério da Saúde informou que foi notificado um caso da variante no estado de São Paulo. A paciente, uma mulher de 71 anos, apresentou os primeiros sintomas em 30 de julho e já está curada, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
A paciente teve febre, tosse, fadiga e dor de cabeça e fez a coleta do exame em oito de agosto; segundo o ministério, a paciente estava com o esquema vacinal completo. Apesar de já ter sido decretado o fim da emergência sanitária global de Covid-19, o vírus ainda está circulante em todo território nacional.
AOSTA NA VACINA - Carneiro reforça que a vacinação é a principal medida de combate à Covid-19, se tornando cada vez mais importante, com atualização das doses de reforço para prevenção da doença: “Para pessoas do grupo de risco, é recomendado o uso de máscaras em situações de maior exposição”.
Na avaliação do infectologista, o coronavírus se comporta como um vírus que vai se tornar endêmico em Campos e que esse aumento no número de casos é esperado; ele justifica que por isso, é tão importante a adesão da população à vacinação: “Em Campos não há registro de pacientes graves internados e nem óbitos por covid, nos últimos meses”, afirma.
Embora não esteja havendo motivo para grande preocupação, a precaução é sugerida. Dados registrados nos sistemas do SIVEP-Gripe do Governo Federal e do Painel Coronavírus do Estado do Rio de Janeiro apontam que foram confirmados 139 novos casos de Covid-19 no período de 30 de junho a 31 de julho em Campos, mas sem graves consequências.
Quanto à nova cepa, na última segunda-feira (14) a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que foi registrado cerca de 1,5 milhão de novos casos de Covid-19 em todo o mundo, entre 10 de julho e 6 de agosto, um aumento de 80% em relação ao período anterior. No entanto, assinalou que houve queda de 57% no número de mortes causadas pela doença.
A Secretaria de Saúde de Campos chama atenção para o fato de que a nova variante apresenta maior capacidade de transmissão e escape imune, o que pode fazer com que passe a dominar o cenário epidemiológico global. Ainda assim, a OMS classifica a EG.5 apenas como variante de interesse e de baixo risco para a saúde pública em nível global, “porque ela não trouxe mudanças no padrão de gravidade da doença”.
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