Agentes ligados ao Ministério Público estão no encalço dos golpistas desde quarta-feira Foto Ilustração/MPRJ

Campos – Os integrantes de uma organização criminosa voltada para a prática de estelionato através de criptomoedas, as chamadas pirâmides financeiras considerados foragidos da Justiça não são mais quatro; um deles foi preso neste sábado (28) por agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça (GAP), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
Trata-se de Gilson Ramos Vianna, denunciado pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo as investigações, ele atuava na quadrilha na área de tecnologia da informação, simulando contas e fazendo a captação de clientes. A prisão aconteceu em Campos dos Goytacazes (RJ).
Continuam foragidos Gilson André Braga dos Santos, Ana Paula Contildes. e Ana Claudia Carvalho Contildes. Na quarta-feira (25), o GAECO/MPRJ deflagrou a operação “Príncipe do BitCoin”, para prender os denunciados e realizar buscas nas residências e em locais aonde eles costumavam atuar. No entanto, nenhum deles foi localizado, passando a ser considerados foragidos.
As investigações apontam que os criminosos vinham aplicando golpes desde 2016, envolvendo a aplicação dos investimentos no mercado financeiro, por meio da empresa A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli, tendo feito mais de 43 vítimas, com a promessa de retorno altíssimo e fixo para o investimento aplicado.
A estratégia era promessa de investimento em criptomoedas e retorno financeiro de 15% a 30% ao mês. A própria empresa dos estelionatários se incumbia de abrir contas para os investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas “copy”.
NOVA EMPRESA - “Como sugere o nome, é uma cópia de outra conta, que permitia aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos”, explica o Ministério Público acrescentando que, “inicialmente, os juros dos investimentos eram pagos, de modo a dar higidez ao trabalho desenvolvido pela A.C. Consultoria”.
Para consolidar o golpe, após a celebração de diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os contratos seriam rescindidos e os valores referentes aos mesmos pagos em 90 dias; porém, não cumpriu. Os criminosos então criaram outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, para dar continuidade ao esquema; mas a nova trama foi descoberta.
O MPRJ descobriu que são todos membros de uma só família e que há também um pastor evangélico (Fabrício Vasconcelos Nogueira) envolvido; ele é apontado como a pessoa que atuava na realização das transações na Bolsa de Valores, investindo no mercado financeiro e captando clientes.

O Gaeco confirma que, a seu pedido, o Juízo da 2ª Vara Criminal de Campos determinou o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos denunciados, até o total de R$ R$ 1.964.815,96 milhões incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, destinado ao ressarcimento às vítimas.