Nathália Patrão começou a ouvir Gilson André na noite dessa quinta-feira, no Paraguai Foto Polícia Civil/Divulgação

Campos – Mais uma investida no combate ao crime organizado em Campos dos Goytacazes, ao norte do Estado do Rio de Janeiro, é feita por agentes da 134ª Delegacia de Polícia Civil do município, tendo à frente a delegada titular Nathália Patrão, ao prender, na noite dessa quinta-feira (23), Gilson André Braga e Ana Claudia Carvalho por crime de organização criminosa, contra a economia popular e estelionatos.
A operação aconteceu na cidade de Si Hernandarias, no Paraguai, a 25 quilômetros da divisa com Foz do Iguaçu, no Brasil. Foi realizada em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai; Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); e Departamento de Operações de Inteligência do Sistema Penitenciário (DIOSP).
Os dois presos são identificados como responsáveis pela empresa A.C. Consultoria e Gerenciamento Eireli, com endereço em Campos, apontada como uma organização criminosa que praticava pirâmide financeira desde 2016; a prática era aplicar golpes em clientes, sob promessa de investimentos no mercado financeiro de criptos moedas, mediante pagamento mensal fixo de juros de 12% a 30% por mês sobre o capital.
A polícia já está no encalço da organização criminosa há algum tempo. No dia 28 de outubro deste ano, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados a cinco suspeitos; na oportunidade, duas pessoas foram presas, sócios e familiares do casal preso nessa quinta-feira; também um pastor evangélico foi apontado como suspeito.
Gilson André Braga e Ana Claudia Carvalho conseguiram fugir; mas a delegada Nathália Patrão continuou investindo nas buscas e, com apoio dos parceiros, conseguiu chegar ao paradeiro dos criminosos. Contra a organização há 75 anotações criminais no Estado do Rio, contabilizando um prejuízo total de quase R$ 5 milhões.
As investigações levantaram que a dinâmica da fraude envolvia a abertura de contas para investidores, realizando aplicações no mercado financeiro por meio de contas “copy”, abertas pelos próprios golpistas que passavam a ser facilitados na realização dos investimentos, incluindo compras e vendas de ativos. No primeiro momento, os juros eram pagos, gerando falsa credibilidade ao esquema.
Conforme a delegada explica, depois de firmar inúmeros contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os investidores seriam rescindidos e os valores seriam pagos em um prazo de 90 dias, a partir de 1º de dezembro de 2021; porém, não foi cumprido; outra empresa foi aberta e a prática criminosa continuou e há suspeitas que a dupla estava praticando golpes em várias pessoas no Paraguai.