Wladimir caminhou pelo calçadão do Farol, ouvindo moradores comerciantes e veranistas Foto César Ferreira/Secom

Campos – “Não podemos permitir que a ditadura da minoria queira impor o que deva ou não ser feito no município, querendo impedir que o orçamento seja votado, prejudicando a cidade como um todo”. O desabafo é do prefeito de Campos dos Goytacazes (RJ), Wladimir Garotinho, que voltou a afirmar: C
Acompanhado da primeira-dama, Tassiana Oliveira, e de alguns secretários, Wladimir participou, nesta segunda-feira (15), da missa solene das 11h da Festa de Santo Amaro, padroeiro da Baixada Campista; foi celebrada pelo Bispo Diocesano do município, Dom Roberto Ferrerìa Paz que, na homilia, chamou a atenção: “O homem público que pode fazer o bem e não o faz, comete pecado”.
O prefeito parafraseou durante entrevista, após a missa, ao ser indagado sobre a não votação da LOA e recorreu ao Padroeiro da Baixada Campista: “Que Santo Amaro nos dê saúde, porque com saúde podemos correr atrás de todos os desafios, enfrentar os problemas e vencer”. O prefeito foi taxativo: “A ditadura da minoria está querendo atrapalhar o governo em prejuízo da população”.
Wladimir repetiu que não existe nenhum motivo ou impedimento para a votação da LOA e quer que todos os prazos regimentais e legais já foram cumpridos e até extrapolados: “É a população quem vai sofrer, por causa da irresponsabilidade da ‘ditadura da minoria’. O único objetivo é atrapalhar o governo em ano de eleição e fazer com que eu caia em uma armadilha, cometendo algum ato de improbidade que me proíba de disputar a reeleição deste ano”, realçou.
Sem ser específico na mensagem, na celebração Dom Roberto pediu paz com Deus e com os irmãos: "Esse é um convite que Santo Amaro nos faz, que busquemos a paz. Só encontro paz e alegria bem perto de ti. Que tenhamos sentimentos de piedade, pois Deus nos chama ao amor". Wladimir seguiu a mesma linha, enfatizando que ao descumprir o regimento interno da Câmara, a minoria atua contra o interesse público.
ALERTA REFORÇADO - “Para que não reste dúvida, vou repetir: temos uma minoria descumprindo o regimento interno do Legislativo, ao não votar a LOA. Sem a aprovação do orçamento, o governo não pode efetuar nenhum pagamento; a cidade como um todo será prejudicada". O prefeito também falou sobre o artigo 60 da LOA, que a oposição diz que permite que ele efetue os pagamentos.
“O artigo 60 que eles dizem que eu posso usar, não fala em não votação e, sim, em não sanção que é bem diferente. A lei nem votada foi e se eu fizer como eles falam estarei incorrendo em crime de improbidade administrativa; existe uma diferença de interpretação”. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deu prazo à Câmara até esta terça-feira (16) para se manifestar sobre a votação.
Durante audiência, na última quinta-feira (11) da qual participaram Wladimir, assessores e representantes de instituições e do Legislativo, as promotoras Anik Rebello Assed (de Tutela Coletiva da Infância e Juventude) e Maristela Naurath (3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva) deram prazo de 72 horas diretas (que termina nesta terça-feira) para o presidente da Câmara se posicionar sobre a data de votação da lei. Marquinho Bacellar ainda não se manifestou publicamente a respeito.
Quanto à suspensão dos eventos da programação de verão no balneário de Lagoa de Cima e na praia do Farol de São Thomé, Wladimir relatou que diferente do que muitos pensam ou dizem, os moradores e comerciantes da praia entenderam os motivos: “Durante todo o final de semana caminhei no calçadão, abracei as pessoas e conversei com os comerciantes”.
“Todos entenderam que a não votação da LOA não é responsabilidade do governo, que cumpriu com o seu papel, que foi o de enviar o projeto para a Câmara dentro do prazo legal, em agosto de 2023", comentou o prefeito. Sobre ataques verbais sofridos por ele e sua família, feitos pelo presidente da Câmara e o pai dele, Wladimir disse que a prioridade dele é o interesse público: “A posição sobre os ataques será adotada no momento certo”.