Além de banho, a Lagoa do Açu, no Parque Estadual, é utilizada para prática de esportes Foto Samir Mansu/Divulgação
Marcos jesuítas na riqueza natural de parque em área da Mata Atlântica
Unidade de conservação celebrará 12 anos de criação nesta quinta-feira; administração é do Inea
Campos - Abrigando riquezas que contam a história do Brasil, como os marcos jesuítas, o Parque Estadual da Lagoa do Açu (com área significativa na região do Farol de São Tomé, em Campos dos Goytacazes) localizada ao norte do estado do Rio de Janeiro, celebra 12 anos nesta quinta (20). São 8.276 hectares de Mata Atlântica, administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O Parque é um dos destaques do mapa turístico estadual, também muito procurado pelos visitantes para a prática de esportes, como canoagem, stand up paddle e surf; abriga uma rica diversidade biológica - extensa vegetação de restinga e 240 espécies de aves, que migram passando pela localidade. Segundo o Inea, no território onde hoje se encontra o parque muitos marcos jesuítas foram preservados ao longo dos séculos.
“Hoje há trilhas para que os turistas possam conhecer esses lugares históricos”, pontua o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, detalhando que outra riqueza histórica presente no parque pode ser observada na Lagoa Salgada: “São os estromatólitos, estruturas semelhantes aos mais antigos registros de vida macroscópica na terra e que podem ser vistos a olho nu”.
O secretário realça que a existência dos estromatólitos na localidade tem uma explicação: “A Lagoa Salgada oferece um ambiente propício para o crescimento de micro-organismos responsáveis pela formação dos estromatólitos; além de serem observados no Brasil (Rio de Janeiro), esses seres vivos só podem ser encontrados em outros três países: Austrália, México e Bahamas”.
Bernardo Rossi enfatiza que, além dos atrativos para o lazer, o parque também oferece aos visitantes toda riqueza cultural que o tempo não apagou. “O parque abrange parte dos municípios de Campos e São João da Barra. A Trilha da Praia é a mais procurada por visitantes e foi implementada com apoio de parceiros”, aponta o secretário.
“O percurso passa por toda a vegetação de restinga, e termina no núcleo Recanto da Lagoa onde o visitante pode se banhar. Ali será construída a nova sede do parque”, acentua Bernardo destacando que na área do parque ocorre todos os anos, de setembro a março, o período de desova de tartarugas marinhas.
VISITAÇÃO DIÁRIA - “A base do Projeto Tamar (de conservação marinha), na Bacia de Campos, monitora 99 quilômetros de praias, nos municípios de Campos, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana”, realça o secretário lembrando que durante a temporada, os visitantes podem participar da soltura de filhotes no Farol de São Thomé, em área do parque.
Outra trilha é a do Tamanduá, um percurso de 2,5 quilômetros de extensão, com duração estimada de duas horas e considerada de grau leve: “A grande quantidade de registros de tamanduás nessa região fez com que o local ganhasse esse nome”, explica o Inea observando que nesta trilha é possível observar a vegetação herbácea, vegetação arbustiva e a floresta baixa de restinga.
A visitação acontece de domingo a domingo, das 8h às 17h, gratuitamente. “É importante ressaltar que a prática de atividades recreativas e esportivas em áreas naturais sempre oferece riscos, inclusive no interior de parques públicos”, cita o Inea orientando: “Antes de se lançar a uma destas atividades, especialmente os chamados esportes de aventura (caminhada, escalada, voo livre, mergulho e etc.), informe-se bem sobre as dificuldades e os riscos envolvidos”.
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