Fernando Mansur - colunistaSABRINA NICOLAZZI

No extraordinário livro “Cartas que me ajudaram”, o teosofista William Q. Judge responde a uma aluna e a orienta sobre o que fazer com o passado e a culpa:
“O passado! O que é? Nada. Ele o atinge apenas como você é agora. Em você, como você existe agora, está todo o passado. Assim diz a máxima hindu: ‘Não se culpe por nada, nunca tenha pena de si; e corte todas as dúvidas com a espada do conhecimento espiritual.’
A culpa produz apenas erro. Eu não me afeto com o que eu fui, ou outra pessoa foi. Eu busco apenas o que
sou a cada momento. Como cada momento que existe, e de repente não existe mais; consequentemente, se pensarmos no passado, esquecemos o presente; e, enquanto esquecemos, os momentos passam por nós, criando mais passado. Portanto, não se culpe por nada, nem mesmo pelas maiores tolices de sua vida, pois elas se foram; e você deve trabalhar no presente, que é, simultaneamente, passado e futuro.
Logo, com o conhecimento absoluto de que todas as suas limitações dependem do Karma passado ou na vida atual, e como uma firme confiança no Karma como o único juiz, que será bom ou ruim conforme você mesmo o constrói, você pode suportar qualquer coisa que aconteça e se sentir sereno, apesar dos desânimos ocasionais que todos experimentamos, mas que a luz da Verdade dissipa.
A culpa é um pensamento e, portanto, uma energia. Se direcionarmos sua corrente para o passado, ela afetará as sementes desse passado, vivificando-as, fazendo-as brotar e crescer no campo da mente – daí para se expressar é apenas um passo”.
Que o dia de hoje seja experimentado da melhor maneira, com a sabedoria que conseguimos amealhar até o momento a partir do vasto campo da Sabedoria universal. Podemos. Vamos!
Fernando Mansur