Fernando Mansur - colunistaSABRINA NICOLAZZI

A verdadeira riqueza é a riqueza que cada um abriga em si. Desabrigado é o que se esqueceu dela. É dessa riqueza e dessa pobreza que vou falar agora.
A riqueza verdadeira já existe dentro de nós e é para ser cultivada todos os dias... e usufruída. Somos uma potência. Temos nossos dons, recebidos e trabalhados ao longo de muitas existências, a nossa ancestralidade. Para vê-los é preciso iluminar os porões de nosso inconsciente e perceber que sombras estão ali retidas esperando esperançosas para verem a luz.
Não usufruir dessa possibilidade é a real pobreza. Observar com atenção nossos movimentos internos, buscar orientação adequada. Não somos mendigos, somos ricos, todos nós. A mendicância a que me refiro é principalmente um estado mental, e essa é uma prisão. Os santos nos mostram um caminho para a libertação.
Um pobre por opção, um sannyasi, que renuncia aos bens materiais por opção, é um buscador espiritual, aquele que almeja viver o essencial de seu ser pela via da simplicidade, pois fartou-se do mundo material.
Pode acontecer de ainda abrigarmos o arquétipo de uma criança abandonada, de um carente interior, que precisa ser visto, acolhido, cuidado.
O mundo é uma vastidão de abundâncias. Os reinos da natureza demonstram essa verdade, basta olharmos em volta. O universo, com suas miríades de estrelas e planetas é o maior exemplo de fartura. Por que, então, o ser humano, reflexo do Criador, deveria se apequenar? Como em cima, é embaixo! Ensina o axioma hermético.
Crescei e multiplicai vossos dons e poderes, mas não vos esqueçais da grande Lei, a Lei de Harmonia, que equilibra causas e efeitos. Ao descobrirdes vosso real valor, usai vossos dons a serviço da equanimidade.
Aprendamos a compartilhar. Temos. Podemos. Vamos!