Fernando MansurSABRINA NICOLAZZI
Al-Ghazali foi um teólogo, jurista, cosmólogo e místico de origem persa. Viveu no século XI e é considerado um dos estudiosos mais célebres da história do pensamento islâmico. De sua “Autobiografia Espiritual”, Ed. Bismillah, retiro o seguinte trecho:
“Após sua morte, embaixo de seu travesseiro foi encontrado este poema:
Acaso pensais que sou este cadáver que ireis enterrar? Juro por Deus, este morto não sou eu. Estou no espírito, e este meu corpo foi minha morada, minha roupagem por um tempo. Sou um tesouro; estava oculto por trás desse talismã feito de pó, onde sofri. Sou uma pérola; uma concha me aprisionava, mas, ao abandoná-la, abandonaram-me todas as provações. Sou um pássaro, e esta foi outrora minha gaiola; mas voei e deixei-a para trás como um sinal.
“Após sua morte, embaixo de seu travesseiro foi encontrado este poema:
Acaso pensais que sou este cadáver que ireis enterrar? Juro por Deus, este morto não sou eu. Estou no espírito, e este meu corpo foi minha morada, minha roupagem por um tempo. Sou um tesouro; estava oculto por trás desse talismã feito de pó, onde sofri. Sou uma pérola; uma concha me aprisionava, mas, ao abandoná-la, abandonaram-me todas as provações. Sou um pássaro, e esta foi outrora minha gaiola; mas voei e deixei-a para trás como um sinal.
Louvo a Deus que me libertou e construiu para mim uma morada nas alturas do céu. Outrora fui um morto entre vós; mas ganhei vida e abandonei minha mortalha.”
Outro livro dele, “Ó Filho”, é a reprodução de uma carta a um discípulo que pedia orientação e conselhos para que pudesse avançar corretamente na busca pela sabedoria. Al-Ghazali enumera oito coisas úteis para o discípulo meditar:
“A primeira é que, considerando as pessoas, vi que cada um tem seu amigo e querido, a quem entrega seu coração; dos amigos, uns o acompanham até sua última enfermidade, outros até a beira da tumba; depois retornam deixando-o sozinho e abandonado, sem que nenhum deles entre com ele no sepulcro.
Então pensei e disse: Melhor amigo será quem entre na tumba comigo e me faça boa companhia; e achei que tais são unicamente as boas obras. Assim, pois, resolvi tomá-las por amigas para que sirvam de lanterna no sepulcro, me façam boa companhia e não me deixem sozinho e desamparado.”
“A primeira é que, considerando as pessoas, vi que cada um tem seu amigo e querido, a quem entrega seu coração; dos amigos, uns o acompanham até sua última enfermidade, outros até a beira da tumba; depois retornam deixando-o sozinho e abandonado, sem que nenhum deles entre com ele no sepulcro.
Então pensei e disse: Melhor amigo será quem entre na tumba comigo e me faça boa companhia; e achei que tais são unicamente as boas obras. Assim, pois, resolvi tomá-las por amigas para que sirvam de lanterna no sepulcro, me façam boa companhia e não me deixem sozinho e desamparado.”
Como nos falta espaço para as outras 7 coisas úteis, podemos refletir sobre o que foi dito acima. Vamos!
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