Fernando Mansur - colunistaSABRINA NICOLAZZI

Dura realidade! Dura lex, sed lex! Sed Karma, podemos acrescentar.
Quando sinto dores fortes, tento entender sua origem. Olho ao redor e vejo outras tantas dores intermitentes. Há dores e odores por toda parte.
2.600 anos atrás, o Buddha iniciava seus ensinamentos com esta primeira nobre verdade: a existência do sofrimento. E por que sofremos? Por ignorância, tout court.
Mas vamos tentar desenrolar esse novelo. O que de fato ignoramos para sofrermos tanto? Toda religião verdadeira traz consigo seus mandamentos e ensinamentos. É ensinado que se os seguirmos, seremos felizes, entretanto não é dito que não teremos dores no caminho. “Que cada um tome sua cruz e siga-me”, pregou o Messias. Os mandamentos devem ser observados por seu valor em si, e não visando recompensa presente ou futura. Amor e dor são bons instrutores.
Seguindo a trilha da dor que pode curar, não podemos esquecer a parte psicológica, nossas carências, os buracos da alma, as condições psíquicas, nossas projeções, complexos e tudo o mais que envolve o árduo processo de autoconhecimento. Além da realidade psicossomática – que transfere para o corpo as dores emocionais – resta observar o aspecto espiritual, invisível aos olhos.
Geralmente não temos consciência desse círculo vicioso: escolhas, hábitos, emoções, pensamentos, influências astrais, repercussões em nosso corpo, em nosso destino. Menos ainda sabemos sobre os motivos que nos levaram a escolher isso ou aquilo, a reagir de uma forma ou de outra. Esse conjunto de fatores pode determinar nossas idas aos hospitais, às prisões, aos cemitérios... ou a buscar ajuda.
O que nos cabe fazer? Entre uma dor e outra, buscar o lenitivo do prazer genuíno, da alegria, da criança eterna que brinca dentro de nós, trazendo-nos alento e esperança.
Somos fortes, pois chegamos até aqui. Prossigamos. Podemos. Vamos!