Fernando Mansur - colunistaSABRINA NICOLAZZI
Querer chegar, antes de percorrer o caminho... Será esse um dos aspectos gerados pela ansiedade ou que geram ansiedade? Querer obter uma resposta, antes da elaboração e amadurecimento das perguntas ou querer ver a luz, sem passar pelo túnel.
Seria esse comportamento indicativo de fuga do presente, fuga do momento, talvez pela sensação de um vazio esporádico, ou uma falta de sentido momentâneo, gerando a ânsia da busca de Si-mesmo, uma reconexão com a harmonia perdida?
Quando as atividades externas diminuem, o estar consigo mesmo às vezes assusta. Temos tempo de sobra para estar conosco. O que nunca tínhamos percebido em nós, agora se apresenta. Por isso a importância de alternar momentos de sadia solidão com outros de companheirismo, de ginástica, de trocas, de atividades prazerosas, pausa para uma boa leitura, que nos inspire e enriqueça e proporcione boas reflexões e conversas com pessoas queridas. Um simples telefonema costuma ajudar a restabelecer nosso humor, o papo fluido, as recordações, as novidades, a sugestão para se fazer um curso interessante, presencial ou on line, por que não?!
Saber escolher como ocupar nosso dia requer força de vontade, determinação e boa dose de discernimento, porque nossa atenção está constantemente sendo sugada e atraída de todos os modos. Sem que percebamos, nossa energia foi consumida sem nenhum proveito.
Chega uma hora em que a vida se encarrega de nos apresentar a nós mesmos. Os porões de nosso ser são abertos, queiramos ou não, trazendo à tona luzes e sombras, das quais não podemos fugir e que vamos ter de enfrentar em nome de nossa saúde física e psíquica. É até provável que precisemos de alguma ajuda externa, de um terapeuta, por exemplo, o que demanda coragem. O enfrentamento de si mesmo não é fácil, mas é necessário. Não deixemos passar a oportunidade, quando ela chegar. Estejamos atentos. Podemos. Vamos!

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.