Bela Campos: primeira novela como protagonista, mas ainda longe de encenar simpatia? Entre o brilho das câmeras e o gelo dos bastidoresReprodução Internet

Bela Campos não faz questão de ser simpática. Se é, ninguém sabe. E se ninguém sabe, fica difícil defender. Estamos diante da sua primeira experiência como protagonista de uma novela, mas ao contrário de tantas outras atrizes que conquistaram o público também fora da tela, pela leveza e pela doçura, Bela parece preferir o caminho da distância.

E convenhamos: simpatia nunca fez mal a ninguém. Muito pelo contrário. Quanto mais você sorri, mais portas se abrem. Diz até a sabedoria bíblica que “o coração alegre formoseia o rosto”. Não é filosofia barata; é vida prática. Quantas artistas que a gente já viu serem taxadas de arrogantes acabaram esquecidas pelo público? A lista é longa. Porque talento emociona, mas carisma eterniza.
Nos bastidores, não é de hoje que circulam relatos de estrelismo. Figurantes de Vale Tudo disseram que Bela sequer dá “bom dia”, enquanto exaltaram Cauã Reymond pela gentileza. Reportagens destacaram atrasos, recusas de entrevistas e um certo “ar de quem não faz questão”. Some-se a isso a recente entrevista na praia feita por Monique Arruda, do Portal Leo Dias — Monique, que tem feito um trabalho primoroso na cobertura de eventos — onde Bela, mais uma vez, passou recibo de antipatia, deixando transparecer um quê de arrogância que nem precisava estar ali.

E não venham os defensores dizer que era “momento de descanso”, que ela estava “concentrada” ou “olhando o celular”. Curioso que todo o grupo ao redor estava no mesmo clima. A diferença é que o líder sempre puxa a fila. Se o líder é simpático, a equipe se torna simpática. Se o líder é frio, o ambiente todo esfria. É assim que funciona — e meus 26 anos de jornalismo, de aprendizado diário com artistas, confirmam essa regra sem exceção.

Então fica a pergunta: vale a pena ser assim? Até quando veremos uma Bela Campos que é bela, mas não belíssima? Poderia brilhar em dobro, mas parece escolher o caminho do gelo — uma escolha que, no curto prazo, pode até sustentar manchetes, mas a longo prazo pode custar justamente aquilo que sustenta a memória do artista: o afeto do público.