Na avenida, fama não substitui samba. Na mesma noite em que Virgínia Fonseca foi coroada pela Grande Rio e ouviu críticas por não ter samba no pé, quem incendiou a quadra com aplausos foi Adriana Bombom, musa da escola. A apresentadora Patrícia Poeta, que também já enfrentou julgamentos duros na Sapucaí, divide os holofotes com Evelyn Bastos, da Mangueira, símbolo de resistência e entrega verdadeira ao samba Fotos de rede social com montagem da Coluna Andrei Lara
No Carnaval do Rio, ser famosa não basta! Tem que saber sambar
Na avenida, fama não substitui ginga: celebridades brilham nos palcos e nas redes, mas enfrentam o olhar implacável do público quando o assunto é samba
A coroação de Virgínia Fonseca na Grande Rio, no último sábado, movimentou a Sapucaí e parou a internet. A influenciadora arrasta multidões, faz lives com centenas de milhares de pessoas e é uma das personalidades mais populares do país. Mas, quando entrou em cena, o comentário foi unânime: ela não sabe sambar. Virgínia até tentou gingar, mas o público percebeu a insegurança. Admitiu que está tendo aulas com a ex-passista Santinha e pediu paciência, mas as críticas foram imediatas. Na avenida, fama não substitui molejo.
Não é um caso isolado. Patrícia Poeta, mesmo consolidada na televisão, também já virou piada quando se arriscou no samba. Dura na ginga, sem o balanço esperado, precisou se defender dizendo que está em aulas e reclamando do peso do julgamento sobre as mulheres. Kamila Simioni, empresária e influenciadora, reconheceu que não teve tempo de preparo e disparou: “não sou obrigada a saber sambar”. Adriane Galisteu, estrela dos realities, preferiu a ironia: “sambo do meu jeito”. Já Lore Improta, apesar da carreira de bailarina, culpou a rotina puxada e os pés machucados. E a eterna Gretchen, que desfilou em Vitória pela Independente de Eucalipto, rebateu quem questionou sua dança acusando as críticas de etarismo.
Mas se há quem tropece, há quem brilhe. Adriana Bombom, musa da Grande Rio, mostrou no mesmo evento da coroação de Virgínia como se faz. Sambou de verdade, levantou aplausos e provou que continua sendo uma das figuras mais carismáticas e respeitadas do Carnaval. Ao lado dela, nomes como Viviane Araújo, referência incontestável, e Juliana Paes, que voltou este ano como rainha de bateria da Viradouro, mostrando talento, presença e entrega, reforçam a diferença entre fama e samba.
E é impossível não destacar Evelyn Bastos, cria da Mangueira, que há anos sustenta com firmeza e autenticidade a tradição do samba no pé. Sempre elogiada, Evelyn é vista como um dos grandes nomes da atualidade na avenida, lembrando ao público que o Carnaval também é resistência cultural e entrega genuína. Bianca Monteiro, rainha da Portela, também segue nesse caminho, criada no chão da escola e respeitada pela técnica e disciplina que encantam.
No Carnaval, não existe atalho: seguidor nenhum substitui samba no pé. E o público sabe reconhecer. Quem samba, encanta; quem não samba, vira meme.

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