Árvore de Natal flutuante de 80 metros e mais de 2 milhões de luzes transforma a Enseada de Botafogo em novo cenário do Natal do Rio, em noite de estreia que reuniu o talento de Alexandre Accioly e Abel Gomes, a presença da secretária de Cultura Danielle Barros e do deputado federal Áureo Ribeiro, com cobertura do colunista Andrei Lara Foto: Andrei Lara

A Enseada de Botafogo ganhou oficialmente um novo ritual de fim de ano com a estreia da árvore de Natal flutuante do projeto Natal do Rio. Na noite de inauguração, a estrutura de cerca de 80 metros de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares, iluminada por mais de 2 milhões de microlâmpadas de LED, reuniu uma multidão na areia para acompanhar o espetáculo de luzes, fogos e música em um dos cenários mais emblemáticos da cidade, com o Pão de Açúcar ao fundo.
Na programação musical, o clima foi de grande estreia. Subiram ao palco a Orquestra do Samba comandada por Pretinho da Serrinha, o cantor Belo, a cantora Rachell Luz, a DJ Tamy, além da apresentação do Coral da Marinha do Brasil e da passagem da tradicional Caravana da Coca-Cola, em um evento totalmente gratuito e aberto à população.
As entrevistas com o empresário Alexandre Accioly, o diretor e cenógrafo Abel Gomes, a secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado, Danielle Barros, e o deputado federal Áureo Ribeiro foram cedidas ao colunista Andrei Lara, que acompanhou a inauguração diretamente da areia de Botafogo.
Primeiro a falar ao colunista, Alexandre Accioly destacou a carga emocional por trás do projeto e lembrou que a árvore nasce de um sonho antigo do parceiro Abel Gomes.
“Esse é um sonho mais do que sonhado e desejado do meu irmão da vida, o Abel. Lá atrás, quando ele criou a abertura e o encerramento das Olimpíadas no Rio, já tinha a vontade de fazer um Natal aqui na Enseada de Botafogo. Anos depois, ele me convidou para participar desse sonho. Eu, como empreendedor, e o Abel, como um gênio do entretenimento, nos juntamos para entregar essa árvore e eu estou muito feliz”, contou Accioly, lembrando que a estrutura foi montada em Niterói e chegou à enseada navegando, já acesa, de madrugada.
Carioca declarado, o empresário também explicou por que concentra seus investimentos na cidade.
“Eu poderia investir em qualquer lugar do Brasil, mas é aqui que eu nasci, aqui que eu vivo, aqui estão minha família e meus amigos. E é aqui que estão as melhores oportunidades para quem aposta no setor certo. O turismo assumiu de vez a vocação principal da cidade. Quem apostar no turismo do Rio, como a gente está fazendo com a árvore, só tem a ganhar”, afirmou, citando ainda o Roxy, em Copacabana, e o futuro parque do Jardim de Alah como exemplos de projetos que levam luz para lugares que estavam escuros.
Em seguida, foi a vez de Abel Gomes falar sobre o significado da árvore para o imaginário da cidade. Ao colunista, ele definiu a estrutura como um cartão de visitas do Natal carioca para o Brasil e para o mundo.
“Essa árvore está anunciando o Natal para os brasileiros, para os turistas e para os cariocas, para virem para essa enseada, esse anfiteatro natural, ao lado desse monumento incrível chamado Pão de Açúcar. Ela foi inspirada na natureza do Rio: as estrelas do nosso céu, as águas do mar, as matas, o nosso sol lindo”, disse.
Para Abel, a imagem da árvore vai muito além de um cenário bonito.
“Queremos que essa imagem circule pelo mundo, mas principalmente que fique gravada no coração das pessoas. Eu já estou levando essa árvore gravada no meu coração e tenho certeza de que quem passar por aqui vai guardar essa recordação para a vida inteira”, completou o criador, ressaltando o orgulho de ver a praia, que em outros anos estaria escura nesse horário, completamente tomada por famílias.
Representando o Governo do Estado, Danielle Barros, secretária de Cultura e Economia Criativa, destacou que a árvore de Botafogo é, ao mesmo tempo, símbolo natalino e motor da economia criativa.
“É uma festa linda, um show de fogos maravilhoso, uma árvore que é um presente de Natal para o cidadão do Estado do Rio de Janeiro e para aqueles que virão visitar essa cidade maravilhosa”, afirmou.
Danielle fez questão de lembrar o que há por trás do brilho.
“Uma árvore de Natal como essa gera muitos empregos no campo do design, no campo artístico, da iluminação. Tudo isso é cultura e é economia criativa. Quando a gente vê um show lindo como esse, um backstage como esse, é o ICMS do Estado do Rio de Janeiro destinado à cultura gerando oportunidade, emprego e renda para a população”, explicou, reforçando que a secretaria tem trabalhado para democratizar o acesso à cultura nos 92 municípios fluminenses.
Ela também deixou um recado direto para quem ainda acha que cultura é algo distante.
“A cultura está em todos os lugares. É o que a gente come, o que a gente veste, a música que a gente ouve, a novela que a gente vê. Nós temos trabalhado incansavelmente para fomentar a cultura, acreditando na desconcentração dos recursos. Que agora, no fim do ano, todo mundo tenha um Feliz Natal e um próspero Ano Novo”, desejou.
Fechando a série de entrevistas, o deputado federal Áureo Ribeiro, irmão de Danielle e aliado da pauta cultural em Brasília, ressaltou o papel do Rio como palco de grandes eventos.
“O Rio de Janeiro tem isso na sua essência, sediar grandes eventos. Quando a gente tem a oportunidade de ter essa árvore aqui, no fim de ano, celebrando a vida, o Natal, e sabendo que o turista vai chegar e vai ver um Rio bonito, com eventos, isso é muito importante para a economia, para a geração de emprego, renda e oportunidade”, afirmou.
Áureo lembrou que os investimentos em cultura ultrapassam a capital.
“São mais de 1 bilhão de reais investidos em fomento. Significa que a gente tem a árvore de Natal aqui, mas também tem eventos no interior, na Baixada, na Região dos Lagos. Quando chega uma árvore como essa, são trabalhadores montando palco, montando estrutura, o comércio girando, o ambulante vendendo. É toda a economia girando em torno da cultura”, explicou, citando ainda a aprovação de medidas em Brasília que ajudam a equilibrar as contas do Estado e abrir espaço para novos investimentos.
O projeto é viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Lei Rouanet, e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, combinando recursos públicos e privados.
A temporada segue até o Dia de Reis, em 6 de janeiro, com acendimento diário da árvore das 19h à meia-noite, balé das águas e shows de luzes a cada 30 minutos, vila gastronômica, ativações de marcas parceiras e programação especial nos fins de semana. Tudo isso em um ambiente planejado com reforço de segurança, operação de trânsito, limpeza constante e acessos facilitados para pedestres.
À beira da Baía de Guanabara, com a lua refletida na água e a árvore espelhada no mar, a sensação é de que o Rio ganhou não apenas mais um ponto turístico, mas um novo momento obrigatório do calendário afetivo da cidade.