A paz. Tão almejada, tão preciosa e, ao mesmo tempo, tão rara nos dias de hoje. Vivemos em um mundo onde os conflitos têm invadido cada canto: nossas casas, nossas famílias, nossos trabalhos, nossas ciclos de amizades e até as relações entre potências mundiais. É como se estivéssemos constantemente no limite, prontos para reagir, prontos para lutar.
O desejo de estar certo, de ter a última palavra, de vencer a qualquer custo, tem desgastado profundamente o convívio social. E o que estamos ganhando com isso? Relações enfraquecidas, mágoas acumuladas e um mundo cada vez mais distante daquilo que realmente importa: o respeito, paz e a harmonia.
Depois de mais de quarenta anos convivendo e aprendendo com pessoas, tenho percebido que estamos presos em disputas que, muitas vezes, sequer deveriam existir ou darmos importância.
Pequenos desentendimentos, que poderiam ser resolvidos com uma conversa honesta e madura, acabam se transformando em verdadeiras guerras ferindo profundamente o emocional. Tudo porque não sabemos ceder.
Perder uma briga, ao contrário do que muitos acreditam, não é sinônimo de fraqueza. Na verdade, é um sinal de sabedoria. Saber quando recuar, quando silenciar, quando deixar o outro “vencer”, é um gesto de grandeza que fortalece tanto as nossas emoções quanto os nossos os laços dos relacionamentos.
A Bíblia Sagrada nos adverte, em Provérbios 17:14: “Começar uma discussão é como abrir a brecha de um dique; resolva a questão antes que surja a contenda.” Quantas vezes ignoramos essa sabedoria e insistimos em prolongar discussões, esticando até não dar mais, e quando paramos para compreender o motivo, é banal e não levam a lugar algum? O resultado é sempre o mesmo: desgaste emocional e, muitas vezes, feridas que poderiam ter sido evitadas.
Ceder não é fácil. Seja no casamento, numa amizade ou em qualquer outra relação, exige um coração humilde e um verdadeiro compromisso com a paz. Esse gesto, por mais simples que pareça, é essencial para preservar o que realmente importa. Não há vitória maior do que a paz no coração.
Outro recurso que subestimamos, mas que tem um poder imenso, é o silêncio. Em momentos de tensão, o silêncio pode ser a melhor resposta. Provérbios 21:23 nos ensina: “Quem guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias.” Escolher o silêncio, quando todos esperam uma reação, é um ato de autocontrole e sabedoria.
Não deixe que pequenas brigas se transformem em grandes guerras. Escolha a paz. Perder uma discussão hoje pode significar ganhar um relacionamento fortalecido amanhã. A vida já é desafiadora o suficiente; não precisamos torná-la mais difícil alimentando conflitos desnecessários.
Pense nisso: a coragem para encerrar um conflito, para pedir perdão, para dizer “vamos deixar isso para lá”, é o que realmente transforma e fortalece as relações. Valorize a paz. Viva com sabedoria. E, acima de tudo, viva em paz.
Vamos orar: Senhor, ensina-me a buscar a paz acima de tudo, a ceder quando necessário e a escolher o silêncio quando ele for mais sábio que minhas palavras. Que eu seja um instrumento de paz. Em nome de Jesus. Amém.
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