Por Leandro Mazzini

Rio - Assim como a jaboticaba, há coisas que só existem no Brasil. O STF, pela primeira vez na História, 'fatiou' o julgamento de um habeas corpus e pode ser alvo em ação popular de entidade contra a Corte. O convescote foi forte no cafezinho, que durou 52 minutos, quando os ministros decidiram salvar Lula de um camburão na porta na próxima quarta. Além disso, o STF atropelou o TRF 4 e as próprias decisões. A Súmula 691, editada no Tribunal, proíbe o Supremo de reconhecer habeas corpus negado em outro tribunal, como o caso do pedido de Lula da Silva recusado no Superior Tribunal de Justiça.

Acorda, Brasil!

A pressão da mídia, de empresários padrinhos de indicações dos ministros é forte, desde ontem. Fontes da toga indicam que será difícil algum ministro pedir vista.

Olho neles!

Como citamos, qualquer ministro pode pedir vista do HC no julgamento do mérito, e sentar em cima do processo. Assim, Lula continuará solto e provocando a Justiça.

Cantinho

Já tem uma cela especial vazia e limpa, na sede da PF em Curitiba, esperando um inquilino. É chamada de Cantinho do Barba.

Batalha campal

O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) entrou na Justiça contra Lula. Protocolou uma interpelação "em razão das absurdas declarações chamando agricultores de caloteiros". Goergen é filho de lavradores e sentiu na pele as dores do campo.

Vista grossa

Segue esquecida na Comissão de Ética da Presidência a representação para que o ministro Carlos Marun seja investigado por ter condicionado, em janeiro, a liberação de financiamento de bancos públicos a votos pela aprovação da reforma da Previdência.

Fala, general

O interventor e general Braga Netto dará uma palestra a exclusivo grupo de empresários, sobre segurança pública, na Associação Comercial do Rio, na quarta.

Deu nisso

Fux livrou-se de um problemão. Foi ele quem concedeu o auxílio-moradia em liminar a juízes do Rio de Janeiro, sua terra - o que acabou se estendendo para os magistrados de todo o país. À época, a filha de Fux, uma jovem advogada, disputava nomeação para o Tribunal de Justiça do Rio. Entrou pelos seus méritos, claro.

A praxe

Aliás, para aliados, Marun deu luz ao modus operandi usado há anos por governos - e com beneficiários complacentes. O governador do Sergipe, que reclamou, se queimou.

Blindagem elétrica

Ex-ministro de Minas e Energia do Governo de Dilma, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) defende estabilidade de dois anos aos trabalhadores da Eletrobras se a empresa for privatizada. "Tem que ter uma rede de proteção aos servidores".

Curto-circuito

Está feia a briga pela sucessão no Ministério de Minas e Energia. MDB, DEM, PP querem o cargo, que será vago com a candidatura de Fernando Coelho filho para deputado ou senador. A privatização da Eletrobrás explica a cobiça.

Reação no Rio

Nem tudo é notícia ruim no Rio de Janeiro. A despeito da queda de 10% na venda de imóveis em 2017, diante do caos na Segurança, o primeiro trimestre deste ano registrou leve alta, constatou a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário.

Baião aos 70

Os 70 anos da música Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, serão comemorados hoje no show Tons do Nordeste, de Karina Duque Estrada e Beth Guilher no Copa Praia Hotel.

Grande jogada
Luiz Fux, quando presidente do TSE, prometeu que tribunal agiria contra as mentiras nas redes
Luiz Fux, quando presidente do TSE, prometeu que tribunal agiria contra as mentiras nas redesRosinei Coutinho/SCO/STF
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Relator da ação sobre o futuro do auxílio-moradia para juízes, o ministro Luiz Fux aproveitou os holofotes sobre o HC de Lula e mandou o processo para a Câmara de Conciliação e Arbitragem do Governo. Fux segurou a ação por três anos e, prestes a julgar o caso no plenário da Corte, deu um drible. Ele, um juiz de carreira, justifica que apenas atendeu ao pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros.
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