Por Leandro Mazzini
Brasília - Não bastasse a desinformação nas cidades Brasil adentro – pesquisas apontam que a maioria da população não entende as mudanças na Previdência, não as aceitam e não compreendem o tamanho da importância para as contas do Governo – os deputados sofrem pressão diária, e presencial, dos servidores públicos e suas associações na Câmara Federal.
O clima piora entre os militares. Mesmo assim, esses grupos encontram dificuldades para recolher assinaturas dos parlamentares para mudanças na PEC. Entre as "injustiças" da reforma, os servidores questionam a desconstitucionalização das regras, a idade mínima, a transição, a pensão por morte e as alíquotas progressivas de contribuição.
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Em busca
O Regimento da Câmara estabelece que são necessárias assinaturas de, no mínimo, um terço dos deputados (171) para que emendas sejam protocoladas na Comissão Especial.
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Aproximação
Os servidores têm procurado os insatisfeitos deputados do Centrão – PSD, DEM, PP, PR, PRB, Solidariedade – como aliados contra o Palácio para emplacar as emendas.
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Brasil quebra
O alerta já foi dado por especialistas de dentro e em especial de fora do Governo: se a reforma não passar, em 15 anos 100% do dinheiro da União vai para aposentadorias.
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Coringa x Dudu
O deputado Dudu da Fonte (PP-PE) depõe hoje na Polícia Federal, e há risco de ficar por lá. É suspeito de obstrução de Justiça na Operação Lava Jato. Dudu é acusado de tentar comprar silêncio de um ex-assessor. Este homem fechou delação premiada e tornou-se um Coringa, dos maiores colaboradores de informações preciosas para a PF, de vários políticos. Está no serviço de proteção a testemunhas.
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'Aliados'
Um dos partidos que apoiou a eleição do presidente Jair Bolsonaro, o PRB se juntou à oposição e recomendou à bancada obstrução nas votações das medidas provisórias no plenário da Câmara Federal. Apesar de serem favoráveis à reforma administrativa (MP 870/19) – a que reduz o número de ministérios, entre outros pontos – parlamentares da legenda reclamam da falta de diálogo e de articulação do Planalto.
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Força da fé
A insatisfação dos deputados pode levar o PRB a apoiar os projetos que pretendem sustar o decreto que ampliou o direito de porte e posse de armas, assinado no último dia 7 pelo presidente Bolsonaro. O partido tem em sua base forte a bancada evangélica.
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Da lousa
Em dia de protestos de estudantes na frente do Congresso, por conta do contingenciamento de verbas para a educação, o deputado federal Prof. Israel (PV-DF) levou sugestão que chamou a atenção do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da reforma da Previdência na comissão especial: a exemplo dos militares, sugeriu retirar do texto os professores, que teriam regras diferentes. O relator vai analisar.
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Chocolateiro
O senador estreante Styvenson Valentim (Pode-RN) fez seu lobby em plenário nesta quarta-feira distribuindo chocolates para todos os colegas, na tentativa de ver aprovado um projeto que relatou. Conseguiu sucesso no PLC 37/13, que faz mudanças pontuais no Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas. Quem votou a favor, ganhou mais chocolate, claro.
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Sinal de fumaça
A indústria nacional de cigarros usa o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para passar imagem de que os cigarros contrabandeados do Paraguai é que causam doenças nos brasileiros. Balela. Cigarro faz mal, seja nacional ou paraguaio. O Governo criou grupo de trabalho para tentar reduzir a carga tributária dos cigarros no Brasil.
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Mas...
...a Souza Cruz, segundo relatório Tax Justice Network, dos EUA, sonegou US$ 128 milhões - ou perto de R$ 450 milhões - nos últimos anos no Brasil. A fabricante contesta o relatório.
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Olha aí, cidadão
A Câmara Federal lançou a Secretaria da Transparência que terá a missão de supervisionar o cumprimento da Lei de Acesso à Informação, propor medidas de aprimoramento da legislação, etc. O órgão, que será chefiado pelo deputado Roberto de Lucena (Pode-SP), também promoverá pesquisas para uso da tecnologia de informação.
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Vamos seguir
"O convite do presidente (Rodrigo) Maia demonstra o reconhecimento ao nosso trabalho pela transparência na aplicação de recursos públicos e no combate à corrupção. Temos que continuar avançando em diálogo com a sociedade", pontua Lucena.