Governador de Goiás, Ronaldo Caiado - Antonio Cruz / Agência Brasil
Governador de Goiás, Ronaldo CaiadoAntonio Cruz / Agência Brasil
Por O Dia
Brasília - Quem assistiu na coletiva de ontem a defesa do ministro da Saúde, Luiz Mandetta, sobre o discurso polêmico e controverso do presidente Jair Bolsonaro na noite anterior pode estranhar a surpresa, mas quem acompanha os bastidores do cenário garante: no início do dia, o ministro ensaiou entregar o cargo e avisou que deixaria o cargo à disposição. Bolsonaro deu um ultimato a ele, para escolher entre o DEM e o ministério; e Mandetta escolheu ficar. O ministro, consciente da sua importância no atual processo,
engoliu seco o discurso que teve repercussão internacional e praticamente rifou todo o esforço da força-tarefa do ministério. Aliados de Mandetta no Mato Grosso do Sul, consultados, foram importantes na decisão de o ministro permanecer no cargo.
Jogo político
Bolsonaro quer afastar o DEM do governo – partido de Mandetta, deputado federal licenciado. Começou por tirar Onyx Lorenzoni da Casa Civil – mas o manteve perto, por gratidão como aliado da campanha de 2018.
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Bisturi nervoso
Padrinho de Mandetta no ministério, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) - foto -, rompeu com Bolsonaro. Ele e Mandetta se conhecem há décadas, desde os tempos de faculdade de Medicina no Rio. Ficou brabo ao saber que o aliado decidiu ficar na pasta.
TV desligada
Após a teleconferência de ontem com governadores, Bolsonaro estava possesso com os governadores Wilson Witzel e João Dória. Os chamou de tudo, menos pelo nome.
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Tô nem aí
Durante a teleconferência, o ex-BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, hoje secretário de Dória, virou as costas para o presidente Bolsonaro. Foi o único na sala.
UTI no plenário
O governador Caiado pediu ao presidente da Câmara de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), que deixe as instalações do Legislativo preparadas para eventual uso pela força-tarefa anti-pandemia do novo coronavírus. A casa tem dois auditórios que podem ser usados para triagem de pacientes e salas que seriam convertidas em leitos. A Câmara doou R$ 2 milhões para o governo comprar um tomógrafo.
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Correria
Veja como é tensa a situação na praça com o país parado. Em Muriaé (MG), um empresário procurou a delegacia para fazer B.O. contra fornecedor que decidiu descontar cheque pré-datado antecipadamente, com medo de calote. Outros correram para fazer o mesmo. O cidadão tem R$ 25 mil em cheques pré na praça e pode quebrar.
Federais
Dois federais estão contaminados com coronavírus. Um agente policial do Aeroporto do Recife, e um delegado que voltou de férias da Espanha.
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Cadê o navio?
A Marinha e a PF estão perto de cravar o navio que despejou toneladas de piche na costa brasileira, que causaram as manchas nas praias. As investigações continuam.
Turma da latinha
O presidente da Frente Parlamentar Brasileira de Bebidas, deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP), enviou carta ao presidente Bolsonaro pedindo que elimine os R$ 5,8 bilhões de incentivos fiscais concedidos às grandes (Coca-Cola e Ambev, entre outras). É dinheiro suficiente para salvar muita gente no País – na saúde e na economia.
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Na conta
O dinheiro, a priori, seria para bancar metade dos R$ 11 bilhões do Benefício de Prestação Continuada que sustenta milhões de brasileiros nas classes C e D. Em tempo, o reajuste do BPC aprovado pelo Congresso esbarrou em uma liminar do... TCU.
Fim de papo
O presidente do STJ, ministro João Noronha, negou há dias recurso da transportadora marítima Easylog, representante no Brasil da gigante suíça Ceva Logistics. A empresa foi condenada na corte superior a pagar dívida de mais de R$ 3 milhões a empresa americana. O processo já dura mais de 13 anos e a conta ainda orbita no débito.
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Cangaço moderno
Desde o dia em que sinalizou com uma greve dos enfermeiros em Pernambuco por falta de equipamentos no Instituto de Medicina Legal, a líder da categoria, Ludmila Outtes, tem sido importunada por supostos policiais que batem a sua porta diariamente. Anotou a placa e tiro foto do carro, um Gol branco.
Consciência
Caito Maia, dono da Chillibeans, franquia de óculos e relógios, cancelou evento em um navio na costa paulista no último fim de semana, que contaria com 3 mil colaboradores. Prejuízo de uns R$ 8 milhões. Mas consciente do dever cumprido.
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Porta-bandeira
O COI adiou os Jogos de Tóquio para 2021. Mas Bolsonaro empunhou a bandeira e vai entrar desfilando sozinho no Estádio Olímpico. Essa é a leitura que se faz do discurso.