Primeiros berços para plantios de árvores da Mata Atlântica em Campos pelo Pró-Águas Rio de JaneiroDivulgação/Pró-Águas

O Rio de Janeiro está mostrando que, quando existem projetos e união política, é possível unir desenvolvimento e preservação ambiental. Um exemplo é o Pró-Águas Rio de Janeiro, desenvolvido nos 92 municípios fluminenses. O projeto foi o mais votado do Brasil pela Plataforma Brasil Participativo, do Governo Federal, e agora será analisado por um comitê técnico, com a possibilidade de integrar o Relatório da Sociedade Civil para a COP30, conferência do clima que será realizada em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.
O Pró-Águas é uma iniciativa do Instituto Espinhaço — uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua em diversos estados brasileiros e tem entre seus fundadores o ex-presidente português Mário Soares, a ex-primeira-dama francesa Daniele Mitterrand e o líder indígena Marcos Terena. Seu objetivo é promover o desenvolvimento sustentável por meio da afirmação territorial, da geração de trabalho e renda, do fortalecimento dos serviços ecossistêmicos e do apoio à educação ambiental, sempre com foco em resultados práticos e palpáveis para a sociedade.
Lançado oficialmente em 28 de junho de 2024, em parceria com os governos estadual e municipais, o Pró-Águas já desenvolve ações em diversas regiões do estado, como Campos dos Goytacazes e Piraí. O projeto adota soluções baseadas na natureza, com o uso intensivo de espécies nativas da Mata Atlântica no reflorestamento de áreas prioritárias. Além de restaurar ecossistemas degradados, o programa tem como objetivo promover a preservação de nascentes, o cultivo florestal sustentável e a inclusão social, envolvendo moradores e produtores rurais — que encontram na regeneração das matas uma nova fonte de renda.
Um dos principais núcleos do programa está localizado em Campos dos Goytacazes, município marcado por séculos de degradação ambiental. Lá, o Instituto Espinhaço começou a desenvolver ações de regeneração da vegetação nativa, promovendo o equilíbrio ambiental e a valorização do território. Os objetivos são recuperar solos improdutivos, aumentar a eficiência econômica das propriedades rurais e transformar áreas degradadas em sistemas produtivos sustentáveis e rentáveis.
O Pró-Águas Rio de Janeiro é mais do que um projeto ambiental — é um modelo de desenvolvimento sustentável que une ciência, tecnologia e participação comunitária. Seu reconhecimento nacional e a possibilidade de representar o Brasil na COP30 demonstram que ações locais podem gerar impactos globais. Ao restaurar florestas, revitalizar ecossistemas e envolver as comunidades, o Pró-Águas reafirma que o futuro do planeta depende da união entre pessoas, natureza e conhecimento. O Rio de Janeiro, com este exemplo, mostra que regenerar é também recriar possibilidades de vida e esperança para as próximas gerações.