Médica veterinária Bruna Garcia Divulgação

O Brasil é um país tropical, marcado por temperaturas elevadas, ainda mais neste verão. No Rio, a Capital atingiu o nível 4 de calor, índice registrado quando a sensação térmica ultrapassa 40ºC. São Paulo também não ficou atrás, com variação entre 35º e 40º C. Assim, medidas de prevenção devem ser tomadas, incluindo cuidados específicos com os pets.

Língua de fora, respiração ofegante, focinho ressecado, gengivas esbranquiçadas ou azuladas, além de alterações comportamentais podem indicar algum desconforto do pet por conta do calor. Em casos mais graves, podem-se notar sinais de hipertermia, como salivação excessiva, vômitos, taquicardia, tremores e até febre. Nesse sentido, Pedro Risolia e Bruna Garcia, médicos veterinários da Petlove, apresentam recomendações e dicas para que os animais tenham mais qualidade de vida neste verão:

Doenças parasitárias

Cães e gatos devem estar sempre com a vermifugação e antipulgas em dia, acompanhados por um veterinário. Pedro Risolia indica que o cuidado deve ser redobrado no verão. Ele alerta que as condições sazonais proporcionam maior incidência de pulgas e carrapatos. “É importante que o tutor realize a prevenção, além de manter o ambiente do pet limpo. Vermes, mosquitos, pulgas e carrapatos podem gerar problemas como erlichiose, babesiose e anaplasmose. Ainda, de acordo com dados do Plano de Saúde da Petlove, doenças hemato parasitológicas como babesia, ehrlichia, além da Leishmaniose, estiveram entre as doenças mais identificadas em 2023”, revela.

Piscina
Mais do que refrescar, a piscina é uma opção divertida para o pet praticar atividade física, gastar as energias e fortalecer a musculatura mesmo no calor. Ela também auxilia na diminuição do estresse e da ansiedade do animal e pode ser uma alternativa prática, pois o tutor tem liberdade para escolher o modelo, o material e a volumetria mais adequada para o porte do animal. “É importante ter alguns cuidados em relação à higiene e manutenção, como usar produtos de limpeza específicos, trocar a água com frequência e manter o pH equilibrado. Além de realizar a secagem completa do pet após a diversão”, indica Risolia.
Tapete gelado

Tapetes gelados podem aliviar o calor dos cães e gatos, pois resfriam de 5 a 10 graus abaixo da temperatura ambiente. Dentro deles existe um gel que ativa o resfriamento automaticamente com o peso do animal. “Essa tecnologia proporciona uma sensação de frescor sem a necessidade de energia elétrica ou refrigeração, sendo ideal para o uso tanto em casa quanto em viagens”, defende Risolia.

Bebedouro

Sendo fundamental monitorar a hidratação do animal, uma estratégia eficaz é aumentar o número de bebedouros pela casa e optar por modelos que mantenham o líquido em movimento. “A água corrente pode ser um estímulo para que o animal beba mais, principalmente os gatos, que se hidratam menos. Pedras de gelo na água também podem refrescá-los”, ressalta o veterinário.

Passeios

Passeios são fundamentais para que o animal possa explorar, se exercitar, marcar território e ter estímulos variados. No entanto, o veterinário da Petlove instrui que os tutores tenham bom senso, evitando horários de muita exposição solar e priorizando locais com árvores, sombra e gramados, que oferecem um piso mais fresco do que o asfalto. “Passeios antes das 9h e após às 16h costumam ser melhores para que os animais não queimem suas patas ou enfrentem algum tipo de indisposição por conta das altas temperaturas. Ainda, recomendo que o pet se hidrate, mesmo que o período ao ar livre seja curto”, afirma Risolia.

Proteção solar

Os pets também precisam de proteção contra os raios UV e por isso, veterinários recomendam o uso de filtro solar específico para animais, principalmente nas regiões do corpo onde não há tanta pelagem, como orelhas, focinho, áreas perto dos olhos e abdômen. O uso regular ajuda a prevenir queimaduras, dermatites e até câncer de pele. Quanto à tosa, Pedro orienta que os tutores avaliem junto a um profissional. “Ao contrário do que muitos tutores pensam, os pelos do pet funcionam como um isolante térmico, que os auxilia no frio e também no calor, além disso, os pelos diminuem os efeitos da radiação solar”, reforça.

Tutores e pets enfrentam o calor do Rio

Victória Rangel, de 28 anos, é produtora cultural e tutora de dois gatos, Tico e Kitty, e afirma que eles ficam desconfortáveis em temperaturas mais altas. “A chegada do verão é sempre difícil, mas nesse ano, realmente está bem quente, todo mundo está sentindo, inclusive meus gatos. Sinto que eles brincam menos, ficam mais indispostos, cansadinhos, tem uma diferença de comportamento grande”, explica, Victória.

No entanto, ela diz que prepara alguns cuidados como ventiladores ligados, janelas abertas com tela de segurança, ar condicionado em momentos mais quentes para que se sintam mais confortáveis, além de travesseiros e caminhas em regiões da casa mais afastadas do alcance do sol. “Troco sempre a água e deixo umas pedrinhas de gelo para estimular o consumo. Também ofereço alimentação úmida e churu para eles ficarem mais hidratados”, pontua a produtora cultural.

Giulia Pelaio tem 32 anos, é publicitária e possui dois pets, o cachorro Dom e a gata Maria. Ela descreve que os animais são afetados pelo calor, ficam bem mais quietos e buscam lugares da casa que não costumam deitar, mas que parecem ser mais frescos.

“Logo que começou essa onda de calor, fui dar um passeio de bicicleta com o Dom na guia, como de costume. Já sabendo que estava quente, fiz o passeio de noite e mesmo assim foi muito para ele, não aguentou metade do percurso que geralmente faz e, quando chegou em casa, precisou se refrescar para controlar a respiração, estava ofegante”, relatou a publicitária.

Para amenizar os efeitos, ela diz que deixa o ar condicionado ligado pela noite e dois ventiladores de dia, mesmo em períodos em que se ausenta de casa. Ainda, Giulia diz que mantém os potes de água bem abastecidos, frescos e com gelo. Para auxiliar nos momentos mais quentes, a gatinha Maria foi presenteada com um tapete de gel gelado para deitar e se refrescar, enquanto os passeios de rotina do cãozinho Dom foram ajustados para períodos de sol mais ameno. Além disso, por prevenção, a tutora ressalta que utiliza o protetor solar na rotina do pet, tanto em visitas à praia ou atividades ao ar livre, antes das 16h.