Ao iniciarmos este novo ano, somos convidados a refletir sobre o chamado à esperança que, desde o Natal, ecoa em nossos corações e no coração da Igreja. Naquela noite, o Papa Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro, dando início ao Jubileu da Esperança. Um ato simbólico que nos remete a uma porta da salvação. Jesus é a Porta, a passagem pela qual temos a oportunidade de retornar à sua presença e experimentar a plenitude de sua graça.
A Porta está aberta. Não é necessário bater, não há barreiras para nos impedir. Tudo o que precisamos é atravessar a soleira e dar o passo, por menor que seja, rumo à reconciliação. Ao nos reconciliarmos com Deus, somos chamados também a nos reconciliarmos com nós mesmos e com o próximo, até mesmo com os inimigos.
No entanto, muitas vezes nos vemos diante da Porta, hesitando, sem coragem para atravessá-la. A soleira parece segura, mas ao cruzá-la, somos desafiados a viver uma mudança radical. O sacrifício necessário para dar esse passo não é grande, mas é real. Ele exige de nós a disposição para deixar para trás os rancores e as divisões. Exige de nós a coragem de nos abandonarmos nos braços abertos de Cristo, nosso Redentor.
O lema do Jubileu “Peregrinos de esperança”, é um convite a vivermos este ano como uma jornada. A peregrinação, símbolo de um caminho espiritual, não é apenas uma caminhada geográfica, mas também uma travessia interior. Cada passo dado é um passo em direção à fraternidade, que é o grande caminho de esperança pelo qual somos chamados a caminhar. A fraternidade é o espaço onde nos reconhecemos como irmãos, unidos pelo amor do Pai, e não como estranhos ou adversários.
A verdadeira esperança de um mundo fraterno não está nas ideologias, nos sistemas econômicos ou nas inovações tecnológicas. Ela se funda na pessoa de Cristo, o Filho de Deus encarnado, enviado pelo Pai para nos mostrar o caminho. Ele é a base rochosa sobre a qual podemos edificar uma nova humanidade, fundamentada no amor e na união.
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