Arte coluna Padre Omar 13 Setembro 2025Arte Paulo Márcio
No dia 14 de setembro, a Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz. Diante desta celebração, é natural que surja a pergunta — especialmente de quem não compartilha da fé cristã: por que exaltar a cruz? Afinal, não se trata de um símbolo de sofrimento e morte? A resposta é simples e profunda: não exaltamos qualquer cruz, mas sim a Cruz de Jesus Cristo, porque nela se manifesta, de modo supremo, o amor de Deus por toda a humanidade.
Ao fixarmos o olhar na Cruz onde Jesus foi pregado, contemplamos o maior sinal do amor infinito de Deus. Dela brota a misericórdia do Pai, que abraça o mundo inteiro. Pela cruz, o mal foi vencido, a morte foi derrotada, a vida nos foi dada e a esperança restaurada. A cruz era instrumento de morte, contudo, dela veio a vida; era algo que ninguém queria contemplar, todavia, nos revelou a beleza do amor de Deus.
Por isso, nós cristãos fazemos o sinal da cruz com reverência. Muitos de nós aprendemos a traçá-lo ainda na infância, talvez como o primeiro gesto de fé. E mesmo sem compreender totalmente seu significado à época, aquele sinal simples e profundo já indicava o caminho.
Alguns santos ensinaram que a cruz é como um livro: não basta possuí-lo ou expô-lo; é preciso abri-lo, lê-lo e meditá-lo. Não basta ter um crucifixo em casa, no carro ou ao pescoço. Se não olharmos com fé para o Cristo pregado na cruz, se não abrirmos o coração às suas chagas de amor, se não nos deixarmos comover pelo sacrifício feito por nós, então a cruz permanece um livro fechado, cujo título conhecemos, mas cujo conteúdo ainda não tocou verdadeiramente nossa vida.
A cruz não é apenas um símbolo religioso ou um adorno devocional. Ela é a força que sustenta, esperança que anima, amor que salva. Que possamos olhar para o Crucificado com olhos renovados, deixando-nos transformar por seu amor e carregar, com Ele, as cruzes do nosso dia a dia. Porque, com Cristo, a cruz não é o fim.

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