A nossa desmemória nacional nos presta relevantes desserviços. Quando tomei conhecimento da mais recente iniciativa do governo Lula, a volta da contribuição sindical obrigatória, logo me lembrei de Vargas e sua manipulação maquiavélica ao criar algo único no mundo: sindicatos sem sindicalizados. E valia para os dois lados: trabalhadores e patrões.
A mágica foi feita levando em conta o caso de amor de ditadores pelo poder sem limites. Criou uma contribuição sindical obrigatória, estabelecendo que o rendimento de um dia anual de labuta do trabalhador seria repassado ao sindicato da categoria a que pertencesse. Algo muito parecido se deu com a contribuição compulsória exigida do patronato.
Não é preciso muita imaginação para detectar as digitais do ditador. Naquela época, o repasse dos recursos arrecadados dependia do governo, o que lhe dava amplo poder sobre trabalhadores e patrões. E foi assim que nasceram os pelegos, "líderes" sindicais e patronais manipulados pelo governo. Foi, sem dúvida, uma marcha a ré em matéria de efetiva representatividade de ambas as categorias quanto aos reais interesses de seus representados. Prevaleceram as ações entre amigos de quem estava no comando dos sindicatos.
A novidade, velha e cansada de guerras perdidas, veio junto com uma boa dose de gulodice em matéria de contribuição sobre o rendimento do trabalhador. A taxa fixa um teto de até 1% do rendimento anual do trabalhador a ser descontado na folha de pagamento. Ou seja, a proposta mais que triplica o que era pago anteriormente antes da reforma trabalhista. Traz a ressalva de que o valor a ser pago teria que ser
aprovado em assembleia por maioria.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, nos informa que será uma contribuição negociável. Para ele, "sem arrecadação, não existe orçamento, e os sindicatos se enfraquecem". Ledo engano, o que realmente enfraquece um sindicato é a falta de representatividade. Se o trabalhador deixou de contribuir após a reforma trabalhista, foi porque não acredita nos serviços prestados pelos sindicatos. Por sua vez, o assalto
aos fundos de pensão dos trabalhadores por lideranças do PT ainda está viva na memória dos trabalhadores.
Mais uma vez, o ideário requentado de Lula e do PT dá as caras e propõe iniciativas que, no passado, já deram errado. E, pior, atravancaram o crescimento do país. (Parece aquela história dos noivos, Francisco e Francisca, que se casaram no dia de São Francisco, na Igreja de São Francisco, no Largo de São Francisco, e que, quando nasceu o primeiro filho, lhe deram o nome de Francisco. É ou não é muita falta de imaginação?).
A esquerda latino-americana precisa, com urgência, se livrar dessa vocação para implantar regimes políticos natimortos. Ao invés de se pautar por países como Cuba, Venezuela e Nicarágua, que tal estudarem a experiência de países como Noruega e Suécia, que são exemplos de sucesso com boa dose de socialismo que não dá com os burros n'água?
Trata-se de um governo que só olha para trás. Quando é que vamos enterrar Vargas e ressuscitar a visão de futuro de D. Pedro II?
Nota: digite no Google 'Dois Minutos Gastão Reis: Que um mau governo dure pouco'. Ou pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=SC10Na2puY4.
A mágica foi feita levando em conta o caso de amor de ditadores pelo poder sem limites. Criou uma contribuição sindical obrigatória, estabelecendo que o rendimento de um dia anual de labuta do trabalhador seria repassado ao sindicato da categoria a que pertencesse. Algo muito parecido se deu com a contribuição compulsória exigida do patronato.
Não é preciso muita imaginação para detectar as digitais do ditador. Naquela época, o repasse dos recursos arrecadados dependia do governo, o que lhe dava amplo poder sobre trabalhadores e patrões. E foi assim que nasceram os pelegos, "líderes" sindicais e patronais manipulados pelo governo. Foi, sem dúvida, uma marcha a ré em matéria de efetiva representatividade de ambas as categorias quanto aos reais interesses de seus representados. Prevaleceram as ações entre amigos de quem estava no comando dos sindicatos.
A novidade, velha e cansada de guerras perdidas, veio junto com uma boa dose de gulodice em matéria de contribuição sobre o rendimento do trabalhador. A taxa fixa um teto de até 1% do rendimento anual do trabalhador a ser descontado na folha de pagamento. Ou seja, a proposta mais que triplica o que era pago anteriormente antes da reforma trabalhista. Traz a ressalva de que o valor a ser pago teria que ser
aprovado em assembleia por maioria.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, nos informa que será uma contribuição negociável. Para ele, "sem arrecadação, não existe orçamento, e os sindicatos se enfraquecem". Ledo engano, o que realmente enfraquece um sindicato é a falta de representatividade. Se o trabalhador deixou de contribuir após a reforma trabalhista, foi porque não acredita nos serviços prestados pelos sindicatos. Por sua vez, o assalto
aos fundos de pensão dos trabalhadores por lideranças do PT ainda está viva na memória dos trabalhadores.
Mais uma vez, o ideário requentado de Lula e do PT dá as caras e propõe iniciativas que, no passado, já deram errado. E, pior, atravancaram o crescimento do país. (Parece aquela história dos noivos, Francisco e Francisca, que se casaram no dia de São Francisco, na Igreja de São Francisco, no Largo de São Francisco, e que, quando nasceu o primeiro filho, lhe deram o nome de Francisco. É ou não é muita falta de imaginação?).
A esquerda latino-americana precisa, com urgência, se livrar dessa vocação para implantar regimes políticos natimortos. Ao invés de se pautar por países como Cuba, Venezuela e Nicarágua, que tal estudarem a experiência de países como Noruega e Suécia, que são exemplos de sucesso com boa dose de socialismo que não dá com os burros n'água?
Trata-se de um governo que só olha para trás. Quando é que vamos enterrar Vargas e ressuscitar a visão de futuro de D. Pedro II?
Nota: digite no Google 'Dois Minutos Gastão Reis: Que um mau governo dure pouco'. Ou pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=SC10Na2puY4.
Gastão Reis
Economista e palestrante
Economista e palestrante
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