tem cara de avô, cá entre nós, tem.
resistiu e mandou ver: - O cara é da Lapônia, ou Polo Norte, e tem pinta de avô. - e finalizou: - Pelo corpo que tem, bem gordinho, deve estar usando Atorvastatina de 40 mg.
As versões sobre o Bom Velhinho, que até já foi chamado de São Nicolau, vêm do século passado. Inventaram até uma oficina para ele. É onde prepara os brinquedos que distribui para as crianças. A figura já foi - ainda é - explorada por empresas e lojas do mundo todo. Sempre com a fisionomia de velho, vestindo roupas de inverno rigoroso. Criaram renas voadoras para puxar o trenó pelo espaço. Aqui, no
Brasil, em pleno verão, o Bom Velhinho não troca de roupa. E, por isso, resolvi entrar na conversa: - O Papai, ou avô Noel, deveria estar vestindo camiseta regata, bermuda e calçando chinelos de dedos.
- Pelo menos, consegui arrancar algumas risadas.
E foi juntando gente. Nélson, o sumido, mais os vizinhos de bombordo, o de boreste e o dos fundos. Pensei que a coisa iria terminar em festa. Precavido, mudei o rumo da prosa: - Quando vamos nos reunir
para comemorar o fim ou início do ano ? - Deu certo ! Outra discussão. Os nacos de torresmo sumiram do prato. Alguém ainda perguntou sobre a carne seca à milanesa, muito apreciada pela turma.
Fingi que não ouvi e logo dei palpite do local do encontro: - Podemos ir para o Bar do Feio, na Chave de Ouro. - Guardei a vassoura. Não estava adiantando a varrição.
começou a chover. As águas de março chegaram em dezembro. Preparei mais café e fui logo avisando que precisava trabalhar: - Vocês estão com a vida ganha e eu preciso ganhar a minha. - Para encerrar o papo
matutino, decretei: - Amanhã resolveremos onde vai ser o furdunço do final ou do início do ano. Ah,
vou usar a camisa do São Cristóvão de Futebol e Regatas. E, ô ô ô para vocês. - Se o Bom Velhinho bobear, vai acabar frequentando o quintal, aqui, na caverna da Água Santa (usando a camisa da seleção Argentina?)
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