A previsão do tempo nos deixa sem saber o que fazer e, até mesmo, complica os planos dos finais de semana, principalmente, como este último, apelidado de feriadão. Chuva, sol, calor, tempo fresco... Até a escolha das roupas fica complicada. O Finados, pelo menos, quase sempre é chuvoso. Digo isto porque a minha primogênita nasceu neste dia. Ela sempre reclamou do "tempo ruim". Eu, claro, sempre dei a desculpa:
- Mas é feriado.
Tô contando essa enrolação para chegar ao que, de fato, pretendia.
Ah, aqui no Brasil, choramos nossos entes queridos que já se foram. No México, é dia de festejar os mortos. Nosso destino final somente não tem data certa. Bem, há casos que é necessário desligar a corrente elétrica. Tô me referindo aos passageiros da cadeira elétrica, notem bem, coisa que aqui, na América do Sul, não tem. Mas vamos falar de outra coisa. Apesar dos assuntos terem uma estreita relação. Vamos lá.
Outubro passou e nos mostrou os saques que estavam acontecendo em túmulos nos cemitérios, lembram? Furtaram peças de adornos e mensagens em bronze, ou outros metais, que lembravam datas e boas lembranças dos nossos mortos. Ih..., mas foram muitos os casos. Até em mausoléus de famosos. Triste, não? Já não bastam os furtos de portões, fios, canos de gás, cabos de internet, de sinais de trânsito, tampas de bueiros? Ladrões apelaram para as sepulturas.
Véspera de Finados, com o sol mostrando a cara, manhãzinha, saí para pagar as contas. Sou analógico. Pago tudo na boca do caixa, no banco. Nem uso o tal do Pix. Amiga, a Elenilce já tentou me deixar catedrático na nova era. Recusei. Bem, encontro o Fred, varrendo a calçada. Estava neurastênico, reclamando de vizinha porque deixa, diariamente, a ração para gatos em frente ao portão. Arrisquei, puxando assunto:
- Bom dia, amigo. Tudo bem? Você lembra dos ladrões que saqueavam os túmulos dos faraós do Egito?
Fred foi rápido:
- Não é da minha época.
Eita! Liguei o motor do carro e saí rapidinho.